A LG Nano77 é a primeira das Nanocells, a mais barata, que sofre cortes, mas ainda busca entregar bom custo benefício. Você está buscando uma TV 4K um pouco melhor? Ela quer ser uma opção para você. Na verdade, você ainda não tem uma 4K e busca algo não tão caro para ver se faz diferença mesmo? Nada melhor que uma análise completa para vocês decidirem se ela consegue ou não entregar tudo que promete.
LG NanoCell NANO77 50NANO77SRA
- Tamanhos de tela: 50″ 55″ 65″ 75″
- Resolução 4K (3840 x 2160px)
- Frequência da tela: 60Hz
- Tipo de tela: LCD
- HDR10
- 3 entradas HDMI e 2 entradas USB
- SmartTV com Sistema WebOS 23
Construção
Para começar, nós estamos aqui com o modelo de 50 polegadas, um dos tamanhos mais indicados para as capacidades da TV. Mas um ponto positivo da Nano77, é que ela possui também o tamanho de 55 polegadas, algo cada vez mais raro.
São quatro tamanhos na verdade, 50, 55, 65 e 75. O problema é que tamanho é um dos fatores que mais encarecem uma TV.
Se a distância da TV para o seu sofá é de 4 metros ou mais, aí ok, mas no geral, antes disso, os modelos de entrada tem um limite de custo benefício, que para ali em 60 polegadas.
E como até 60 é raro, é legal que a Nano77 tenha duas opções que dá para considerar na hora da compra. Não se engane achando que TVs maiores são melhores, porém, se você quer um modelo um pouco maior, para ornar melhor com sua sala, ela tem esse tamanho de 55 polegadas, que a UR, a LG mais barata atual, não tem.
Em questão de construção, a marca optou por um corpo não tão moderno. Ela tem aquele perfil de sempre da LG, onde a traseira começa fina, mas rapidamente sobe. Me lembra uma espécie de colina, com o topo mais plano.
Por baixo, ela traz pés paralelos, feitos num plástico um pouco acinzentado, diferente do preto padrão. A montagem é feita com parafusos, sem avanços nessa parte, porém não acho que essa simplicidade seja um ponto negativo.
A maioria dos concorrentes estão tentando destacar suas TVs mais básicas na construção, até porque outras características estão um pouco estagnadas. Mas essa é uma parte que influencia tão pouco o uso, que não vejo problema em manter o que já funciona.
Conectividade e som
E o que funciona bem é a posição das portas de comunicação. Ela faz um recorte na “encosta”, e coloca todas as entradas e saídas. Fica fácil de encontrar elas. Você só dá uma olhadinha ali atrás e já vê quase todas elas.
São 3 HDMI esse ano, duas nessa lateral que eu comentei, e uma virada para a parte de trás. Use essa terceira opção com um cabo que você não vai mexer muito, porque essa é uma entrada chata de acessar.
Porta USB, são duas, uma em cada posição também, para alimentar algum dispositivo, ou passar arquivos. Apesar de que esse último não é mais tão necessário, hoje em dia é fácil integrar a sua tela com um PC, para rodar esses arquivos soltos.
Além disso, saída óptica de áudio, entrada para antena, e para o cabo de internet. Sem fio, o Wi-Fi é versão 5, e o Bluetooth 5.0, apesar de que a versão 5.2 seria melhor, principalmente para gerenciar vários dispositivos sem fio plugados ao mesmo tempo, mas o 5.0 já quebra um galho.
O que ficou de fora esse ano foi a entrada RCA, aparentemente aposentada em todas as linhas da LG esse ano.
Caso vocês optem por uma soundbar, a segunda porta HDMI serve como eARC, para transmitir som por esse cabo. Aliás, um detalhe é que a TV é bem alta, então você consegue acomodar uma soundbar aqui embaixo bem tranquilamente.
Caso vocês prefiram não gastar com isso, o som da TV tem 2 canais apenas, com potência total de 20 watts. É um kit básico, encontrado até em algumas TVs mais caras, porém cabia aqui 2.1 pelo menos, para a batida ter um pouco mais força.
Dito isso, a LG aplica aqui o AI Sound PRO, que soa só como um termo de marketing, para falar alguma coisa do som. Mas na verdade, ele faz um sistema virtual de 5.1.2 canais, que, olha, realmente deixa o som mais encorpado.
Não chega nem perto de uma soundbar com 5.1.2 canais, mas o objetivo é destacar um pouco mais o som da TV, e dessa forma, a Nano77 consegue se destacar mais que modelos parecidos, sem essa tecnologia. Não é um diferencial perante a UR8750, que vem antes da Nano 77, mas isso porque a UR também tem o mesmo sistema.
A LG costuma, mesmo, entregar mais no quesito som. Ela sempre trouxe vários modos de som, que são simples de mudar e melhoram sua experiência com a TV. Dá para destacar a voz, caso você esteja escutando uma pessoa com a voz muito grossa falando, ou então, muda para o modo música para destacar os agudos e graves.
Algumas pessoas não gostam muito de ficar mudando essas configurações, mas olha, é tão simples, que eu recomendo você pelo menos tentar. É um fator que destaca bastante as TVs da LG esse ano. Principalmente nesse setor que, de longe, é o mais estagnado da categoria.
Qualidade de imagem
De qualquer forma, a graça toda da linha é o painel Nanocell. A Nano77 é uma TV LCD, porém com nano partículas que filtram a cor, deixando o vermelho e verde, principalmente, mais puros, resultando numa imagem melhor.
É um conceito bem parecido com o Quantum Dot da Samsung, porém, como o Nanocell foi feito pela LG, eles nomearam de uma forma um pouco diferente. O impacto principal é na quantidade de cores que a TV consegue exibir, e pelos nossos testes, a Nano77 exibe 84% do espectro de cores DCI P3. Para comparação, isso é um valor quase 10% maior que a UR8750, a TV anterior da LG.
É uma TV bem colorida, e você percebe fácil. Graças ao painel Nanocell, também, os detalhes das imagens ficam bem destacados, e filmes em HDR ficam um pouco melhores do que no seu antecessor.
No entanto, se a gente puxar um modelo ainda mais antigo, a Nano 75 de 2021, que passou aqui no canal, nós medimos uma capacidade de exibição, que chegava em 89% do DCI P3.
E isso não ocorreu apenas na LG também, a Q60C da Samsung, rival principal da Nano77, sofreu essa mesma queda, quando comparada com modelos anteriores da linha. Só que assim como no caso da Q60C, essa queda afeta negativamente a cor, porém o resto melhora, e você não percebe, ou até acha que o modelo novo está mais colorido.
A verdade é que as duas coreanas estavam exagerando na cobertura de cor, para te impressionar mesmo, e deixando alguns fatores para trás. No caso da Nano 77, a característica que mais evoluiu ano a ano foi o contraste.
Subiu de algo entre 1000 e 1500, para 3000:1. É uma capacidade muito maior, resolvendo esse que pode ser considerado o calcanhar de Aquiles de toda TV LCD da LG, o baixo contraste.
Nós, inclusive, voltamos com a conversa do HDR, porque esse formato, nada mais é, que um controle melhor das áreas escuras e claras da imagem. Com maior contraste, o ponto mais claro fica mais distante do mais escuro, ganhando profundidade e realismo.
A cor preta está especialmente boa esse ano, com bastante homogeneidade. Você abre uma tela toda preta aqui, na TV ligada, e não observa muitas flutuações no tom. Quase tudo está escuro igual. Ah, e importante, é uma cor preta, não um cinza escuro.
A LG ainda deu uma levantada no brilho, que agora passa dos 300 nits. Isso já foi um problema maior no passado, mas é importante ver os avanços dessa geração.
Mas apesar de tudo isso, de todos esses pontos positivos, das evoluções, eu vou reclamar de um pontinho. É o meu trabalho, né?
Algo que a Nano77 não entrega, mas que outras marcas estão trazendo, é o HDR dinâmico. É até engraçado dizer isso, porque a tradução de HDR é “alto alcance dinâmico”, mas ironias do destino. Esse é um assunto um pouco técnico, que eu vou simplificar ao máximo.
Eu já falei que a Nano77 possui o HDR 10, que ela chama de HDR 10 PRO, porém os dados chegam de forma estática. Isso significa que a TV não faz ajustes individuais cena a cena. Quem consegue fazer isso, são as TVs com o HDR dinâmico, como o HDR 10+ ou o Dolby Vision.
A LG não usa o primeiro, e tem praticamente uso exclusivo do Dolby Vision, que é considerado melhor. O problema é que para a TV conseguir suportar ele, a marca tem que pagar uma licença para empresa que “cuida” do formato, algo que ela julgou não valer a pena para a Nano77.
Vale comentar que ser compatível com HDR 10, 10+ ou o Vision, não significa que a imagem é melhor. Isso só indica que o painel é capaz de receber um filme nesse formato, e aí depois vai da capacidade da tela, o quão melhor a imagem fica.
Só que aí chegamos no porque eu estou reclamando disso tudo. A Nano77 evoluiu bastante o contraste, o brilho, e uma ótima cor, então, sem dúvida, ela seria capaz de exibir uma imagem muito bonita, exibindo filmes com HDR 10+ ou Dolby Vision.
E considerando que o HDR 10+ é “aberto”, e não cobra royalties, minha opinião é que a LG deveria abrir mão e colocar o HDR 10+ na série Nanocell. Porque os seus concorrentes estão, e a linha corre o risco de ficar para trás, ofuscando todos os avanços que a marca conseguiu aqui.
A Nano77 é a melhor Nanocell de entrada. Ela perdeu um pouco da cor, mas foi por um bom motivo, para aumentar substancialmente o contraste, que era necessário. Vimos avanços parecidos na UR, então a LG está de parabéns nessa frente.
Só precisava mesmo adaptar um HDR 10+ por aqui, porque é fácil encontrar filmes nesse formato – Disney e HBO Max tão recheados deles – porque a imagem fica bem mais bonita nesses casos, e os concorrentes, como a Q60C, trazem o formato mais avançado já.
Sistema Smart TV
Vamos terminar numa vibe positiva só, falando do sistema. O WebOS 23, desenvolvido pela própria LG, chegou muito melhor que o WebOS 22 no começo do ano. Depois de algumas atualizações, o 22 melhorou, mas o 23 está muito legal logo de cara.
A tela inicial recebeu uma novidade interessante, os cartões, com funcionalidades próprias em cada um. A LG viu que a Samsung dedicou uma parte inteira do sistema para os jogos em nuvem, e resolveu fazer o mesmo, só que nesse formato aqui.
Se você gosta de jogos de computador, vale a pena experimentar o Geforce Now, nem que seja o de graça, por 30 minutos, porque você realmente ganha um PC super potente dentro da sua TV. Você não precisa de um notebook, nem nada assim, dá para rodar direto da Nano77, e funciona bem, desde que você tenha uma internet boa.
Fora isso, a TV ganhou uma parte especial para sincronizar ela com o seu computador mesmo, só que com a intenção de mexer nos seus arquivos mesmo, um sisteminha mais prático de acesso remoto.
Logo abaixo dos cards, um alívio, recomendações de conteúdo que fazem um pouco de sentido. Não parece ter uma inteligência especial recomendando algo baseado no seu gosto, no entanto, não é mais monopolizado pela Looke. Tem Prime, Disney+, e até HBO Max apareceu aqui para mim já, que são serviços que eu assino.
Poderia ser algo melhor direcionado, mas mostrar o que está popular nessas plataformas mais usadas, já é um bom meio do caminho. O restante está dentro do esperado, com o benefício de não perder espaço para propagandas e ser bastante customizável. Ponto para LG de novo por melhorar tanto sua tela inicial.
O controle, para quem gosta, é o Smart Magic, onde a magia é um ponteiro que você controla como se fosse uma varinha. O ponteiro é prático, facilita o uso do teclado virtual, mas eu costumo ter dois problemas com ele.
Primeiro que ele não funciona bem em todos os aplicativos. Às vezes, eles não reconhecem o clique, mas ok, não esperava também cobertura absoluta. O outro problema é que parece fácil usar o “mouse”, mas nem sempre. Tem hora que eu só desisto e vou para o direcional.
Esse é um problema que melhorou na nova versão, porém, ainda há espaço para melhorias.
Olhando fisicamente para o controle, a filosofia da LG continua sendo versatilidade, com muitos e muitos botões. Eu gosto, os números servem como atalhos para aplicativos, tem a engrenagem, e no meio dos direcionais, o botão é uma rodinha, para subir e descer a janela.
Temos por aqui um menu rápido de configurações bem simpático, e também bastante prático. A maioria das opções você muda por ali, sem precisar abrir o menu maior, o que é um bom ponto. Tanto a LG, quanto a Samsung e a Google, vieram mais travadas nessas TVs mais baratas, então quanto menos você precisar mudar de tela, melhor.
Conclusão
Vamos concluir agora, falando de preço? Uma surpresa logo de cara, a Nano77 está quase 500 reais mais barata, no lançamento, que a Nano75 de 2022. 3199 reais, contra 3899. Hoje, olhando no site da LG, a diferença entre elas é de 180 reais, praticamente lançada no preço atual da Nano anterior.
Outra vantagem é na comparação contra a UR8750, que lançou por 2999 reais. Isso tudo que estou falando é o valor de lançamento, obviamente muito longe do preço que você vai pagar, pois em poucos meses esses preços costumam cair bastante. Pensando nessa queda, acho que a Nano77 pode ser bem interessante.
Existe a chance dela bater 2500 reais bem antes da Black Friday chegar, e se esse meu desejo se realizar, ela se torna bastante competitiva. A Q60C já chegou lá, vamos ver quanto tempo demora para Nano77.
Mas a comparação mais importante, realmente, é com a UR8750, e como ambas vão evoluir de preço. Assim como na Samsung, parece que a evolução da linha de entrada é a queda no valor da linha intermediária. Tanto CU8000 como UR8750 correm muito o risco de serem ofuscadas pela Q60C e pela Nano77.
Luyndson Lino diz
Muito obrigado pelas informacoes, ajudou bastante na minha decisao de compra pela Nano77.
Sergio diz
Boa tarde a todos! Agradeço pelos esclarecimentos. O receio é a imagem ficar desbotada/embaçada, quando não vista de frente, ou seja, vista na diagonal.