Apesar da JBL Cinema SB170 ser a atualização de uma das soundbars mais vendidas. Para quem não conhece, e está agora, comparando modelos, ela não parece grande coisa. Quando o anúncio diz 110 watts de potência, parece pouco perto dos 400 ou 600 watts das concorrentes. O número de canais também não impressiona, e não parece um bom negócio, mas nesse review vamos mostrar que esse números muitas vezes enganam.
Quem conhece um pouco mais dessas características que aparecem na ficha técnica, sabe que esses valores não são tão representativos da qualidade real do som, e para um produto nessa categoria de entrada, o maior diferencial é o subwoofer.
Foi pensando nisso que nós pegamos a SB170. Será que dá para ser simples e ainda melhorar o som da sua casa? A resposta é sim, mas também depende do seu gosto individual.
Design e conectividade
O primeiro detalhe que eu percebi, depois da instalação, foi a ausência de uma telinha, para exibir alguma informação. Toda a comunicação visual dela se dá por 3 LEDs na frente, quase escondidos. São 3 cores, branco vermelho e azul, que indicam a porta de comunicação sendo utilizada.
O LED azul pisca no modo de pareamento, e eles também reagem quando você aumenta ou diminui o volume, porém não dá para saber o nível exato. Falta uma forma mais clara de entender o volume e o modo de som.
Dá para viver sem, mas caso você esteja na saída óptica, por exemplo, onde o volume não aparece na tela, você fica totalmente no escuro. Certamente não é um problema no vácuo, mas a LG e a Samsung investem bastante na integração dos seus produtos. O famoso ecossistema. Então com uma JBL, você perde essa parte. Você só terá os recursos que são da própria TV.
Por exemplo, a sincronia sonora, onde o som da TV não desliga quando ela está conectada com a soundbar. Na Samsung, só os modelos dela, da linha Q, são compatíveis, mas na LG, serve para qualquer dispositivo bluetooth.
Falando em comunicação, além da saída óptica e do bluetooth versão 4.2, você pode ligar o som dela pelo HDMI Arc também. Essa se torna a conexão ideal, caso você não se importe lá com a sincronia sonora.
O problema é que a versão 4.2 do bluetooth, é bastante inferior ao 5.0. Nele, a barra não liga junto da TV, por exemplo. A força da conexão pode ser fraca, fácil de perder sinal por conta de interferências, e ela não transita bem entre vários dispositivos diferentes.
Claro que você não vai ficar escutando o som do celular e da TV, pela caixa, ao mesmo tempo. No entanto, se você quiser sair de um e ir pro outro, terá que passar por aquele processo de desligar um, esperar um pouco, e aí ligar o bluetooth do outro. Não dá para só “pegar” o sinal pelo dispositivo, quando você quiser.
Funcionalidades
Acaba que toda essa parte de conexões e sistema, são os o pontos mais fracos da JBL. Ela também não tem aplicativo, então o que você tira da caixa, é o que você tem para usar. No entanto, também posso olhar isso como algo positivo. É realmente uma experiência simplificada. Não precisa atualizar nada ou fazer login em conta. Você põe o HDMI, bluetooth ou cabo óptico, liga a barra e já curte sua soundbar.
Para controlar ela, você tem duas opções, os botões no topo ou o controle. Como não existe a tela, o controle na barra é bastante limitado, apenas mudança de conexão, volume e liga/desliga.
Você depende do controle para mudar os modos, que também não são tantos: voz, notícias, música e filmes. Comento mais sobre eles quando entrarmos no tópico qualidade de som. Para agora, só fique esperto para não perder o controle, caso contrário você perde os poucos recursos que a barra traz.
A instalação física dela também é bastante simples, pois a SB170 é relativamente pequena, com 90 cm de comprimento por 6,2 cm de altura e 6,7 cm de profundidade. Não é uma barra feita para ser super fina, mas as dimensões são pequenas. Cabe embaixo de algumas TVs que não são tão altas ou com 1,6 kg é leve para colocar na parede.
Essa forma tem se tornado popular, e é boa, pois preserva o espaço ao redor da barra, para que o som viaje sem interrupções.
Lembrando que o ideal é deixar a parte dos lados e de cima livres, para que a barra trabalhe direito. Isso é algo mais importante para barras mais complexas, com mais canais, e com efeito surround, que não estão presentes nessa JBL. Mas ainda assim, é uma boa prática para evitar som abafado, que acontece as vezes.
No caso do subwoofer, ele se conecta sem fio com a barra, e a distância é até que generosa. Dá para soltar ele em quase qualquer lugar, de qualquer lado da TV, enfiado em qualquer canto que funcionará bem.
Qualidade de som
Falando em qualidade sonora, o subwoofer é realmente o componente mais importante. Seu driver tem 5,25 polegadas, com potência de 58 watts RMS.
Existem modelos de soundbar com mais presença de graves, porém esse já melhora bastante o som de qualquer TV, pois mesmo as maiores, não possuem espaço para um subwoofer desse tamanho acoplado.
O que a soundbar não soma, tanto, são os falantes da própria barra. São dois canais, cada um composto por um falante médio e um tweeter, que somam 26 watts de potência.
Se você comparar com o som da própria TV básica, de 2.0 canais, essa barra melhora bastante o som, por ser maior, transmitir um som mais limpo, e mais alto também.
Como eu comentei, ela só perde das TVs mais caras, que costumam, pelo menos, simular o som 5.1, enquanto que na SB170 o som é muito mais “frontal”.
Por isso, a melhor experiência com ela, será em salas pequenas. A falta de potência não permite que a barra preencha espaços maiores. Aqui no estúdio, mesmo, tive que aumentar o volume, para um nível muito mais alto que de costume, e mesmo assim senti bastante a limitação dos 2 canais.
Voltando para os modos de áudio, são 3, que você muda pelo controle. E não há uma forma de saber em qual modo ela está.
O modo música tenta destacar enriquecer o som, dando destaque para todas as frequências.
O modo voice tenta limitar a presença do subwoofer, para ele não atrapalhar a conversa entre duas pessoas no filme. Fica estranho em todas as outras situações, inclusive no filme quando não há diálogo rolando. Preferi usar o modo de forma pontual, quando não consigo entender o que uma pessoa está falando – o que acontece bastante. O subwoofer pode atrapalhar esse aspecto do áudio, apesar de melhorar músicas e efeitos sonoros no geral.
O News é parecido, mas pior. Por algum motivo, o som fica mega abafado, inclusive a voz das pessoas. Não consegui usar em nenhuma situação pois, por mais que a conversa fique razoável, ainda é melhor no modo anterior.
No caso, o Filme. Ele soa bem parecido com o música, porém com destaque maior para as frequências mais agudas. A diferença costuma ser sutil entre todos eles, mas o Voice e o News tem esses detalhes que incomodam.
A melhor forma de descrever a SB170, é como uma soundbar que sobe um degrau, na escala de qualidade sonora. De novo, fica um som limpo, com instrumentos separados, porém você não sente muitas nuances sonoras, em músicas com mais elementos. E o subwoofer oferece um grave de mais impacto, porém falta volume e presença em alguns tamanhos de cômodos.
Conclusão
Alguns exemplos de TVs que combinam bastante com a SB170, são os modelos de entrada da AOC, Philips, TCL e Semp. Qualquer TV, na verdade, que tenha sistema Google TV ou Android.
Nesses casos, a própria TV não possui muita integração, e os falantes não costumam ser tão potentes, então qualquer soundbar vale a pena. Mas tudo depende do preço.
O melhor custo benefício você encontra na faixa dos mil reais. Nesse preço, ela pode ser até mais interessante que a A555 da Samsung, ou a SL da LG. A SB170 perde em volume, presença e recursos, porém nada muito extremo, que justificaria gastar mais de 300 reais.
Isso se você só valoriza a qualidade sonora, e não a inteligência do dispositivo.
Ambas as coreanas ganham muito nesse quesito, que, convenhamos, tem seu valor também. O bluetooth atualizado é um baita diferencial, e saber qual volume a barra está, também.
Mas isso é válido para mim, que gosto de tecnologia e de integração. Para alguém que só quer música boa e uma experiência facilitada, pode considerar a SB170, numa boa.
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