A sexta geração da Mi Band faz o mesmo de sempre: adiciona tela, funções e pequenas mudanças que podem te animar a trocar a sua pulseira inteligente mais antiga, que provavelmente já é uma Mi Band. Era só olhar para o pulso de alguém no metrô, que provavelmente era um equipamento da Xiaomi. Mas será que ela continua sendo uma opção interessante e competitiva? E o que mudou nessa última versão?
Xiaomi Mi Band 6
- Tela AMOLED de 1,56″ (152 x 486px)
- Bluetooth 5.0 e frequência cardíaca
- 5 ATM (resistência à água)
- Bateria de 125 mAh
- Compatível com Android e iOS
Em um kit super básico, a Xiaomi manda dentro da caixa um manual bem generoso, tipo, desnecessariamente generoso. Ele tem esse tamanho porque conta com a tradução em praticamente todos os idiomas que a Mi Band 6 suporta, que infelizmente não engloba Português do Brasil, somente de Portugal.
Como sempre, existe o modelo chinês e o modelo global, que é o que temos em mãos, apesar do global não vir com a opção de ser usado em português. Tivemos de manter em inglês até sair a atualização de idiomas.
Além disso, a embalagem traz um cabinho magnético de mais ou menos 45 centímetros, com uma aparência bem frágil, que serve para carregar a pulseira.
Design e tela
Na construção, a Mi Band 6 pode ser bonita, mas é o padrão, não surpreende, e eu não tô falando isso de uma forma ruim, é mais que qualquer pessoa pode acabar confundindo com outras gerações ou até mesmo qualquer smartband.
Ela é uma capsula preta de plástico, com um conector de dois pinos para o carregamento, que se prende por ímãs, e ao lado dele temos os sensores para batimentos cardíacos, oxímetro e estresse.
A pulseira ainda é de TPU, esse plástico emborrachado que vemos desde a primeira geração. Para os que tinham dúvida, caso você tenha a geração anterior, poderá aproveitar os acessórios antigos na mais atual. As diferenças são pequenas, mas trazem um impacto na usabilidade.
Se desligada ela lembra muito os modelos anteriores, o que realmente pode chamar atenção é o fato de que a frente toda agora é ocupada por tela, fazendo com que esse modelo passe de 1,1 polegada para um total de 1,56 polegada. Melhor ainda é o fato de que esse é um painel AMOLED, que tem bom brilho, boas cores e uma resposta bastante precisa e rápida aos comandos.
Essa nova tela traz uma possibilidade de personalização maior e você pode escolher quais aplicações serão exibidas, colocar papeis de parede divertidos, mas sem maiores evoluções no contraste ou brilho.
Inclusive, ao tocar sobre algumas das informações de batimentos, hora, previsão do tempo, entre outras coisas exibidas na tela inicial, você vai direto para a aplicação correspondente, o que torna a Mi Band 6 uma das pulseiras mais ágeis, por assim dizer.
Tem mais coisa na tela, clicou, chegou lá. E claro, ela se mantém bem útil ainda com a proteção de 5 ATM, o que permite que você nade ou mergulhe sem se preocupar com ela.
Funcionalidades
Ao mesmo tempo que a pulseira evoluiu, também parece se manter parada no tempo, já que o app que usamos para fazer a conexão entre smartphone e smartband ainda é o Mi Fit, e ele recebeu poucos incrementos ano a ano.
Uma das poucas melhorias que eu pude perceber foi que o tempo de sono está melhor categorizado e as informações são mais claras. Na área “Meu Treino” você tem informações de quantas calorias queimou com o último treino e ainda quantos gramas de gordura foram perdidos.
O Mi Fit pode não ter evoluído muito, mas é um app maduro e que vai melhor que o ZEPP, presente nos relógios da Amazfit, e sua usabilidade ajuda bastante no dia a dia.
O processo de configuração inicial ainda é exatamente o mesmo, mas vou explicar rápido, caso alguém que ainda não saiba. A pulseira vem desligada por padrão e precisa ser colocada para carregar, pois ela não tem nenhum botão. Após isso, vamos até o app e escolhemos no menu “Adicionar Um Novo Dispositivo” → “Pulseira”. O smartphone e a Mi Band vão se comunicar e aparecerá uma notificação na tela para pareamento, é só dar o “Ok” e pronto, o resto é feito praticamente sozinho.
Quem já tem uma Mi Band, vai ter um pareamento ainda mais fácil, já que as opções de notificações de aplicativos são configuradas de backups antigos, bastando apenas dar a permissão para acesso às notificações.
Agora, se esse vai ser seu primeiro acessório inteligente da empresa, vai precisar fuçar um pouco para deixar do jeito que você quer, mas o próprio app já monta um tutorial legal.
Desempenho
Agora, se o app Mi Fit parece estar ficando parado no tempo, as funções dentro da pulseira deram um upgrade muito bem vindo. Isso quer dizer que, apesar das possibilidades totais serem as mesmas, a Mi Band continua subindo na escala dos produtos da empresa, se aproximando ainda mais do que vemos no Amazfit Bip U, por exemplo.
Temos mais de trinta tipos diferentes de exercícios suportados – contra apenas 12 da versão anterior -, medição de oxigenação do sangue e estresse, e continua por aqui o monitoramento de ciclo menstrual para as mulheres.
O PAI aparece mais uma vez para tentar te motivar a fazer exercícios e fazer com que sua pontuação se mantenha acima de 100, mostrando que você está se cuidando e para isso terão algumas metas que você precisa cumprir, como manter um ritmo cardíaco durante um exercício, tempo de pé e movimentação, entre outras coisas.
A função de oxímetro não é muito confiável, sendo que a maior parte do tempo ele jogou esse número para baixo, ficando em 87% e as vezes 85%. Isso seria preocupante, caso estivesse medindo precisamente, mas comparado ao aparelho específico para essa medição, a oxigenação do sangue estava sempre em 95%.
Algumas vezes eu percebi que o relógio jogava meus batimentos um pouco para cima também, ficando na casa dos 80 bpm, sendo que o meu normal, em repouso, é de 65 bpm, chegando no máximo a 68 bpm.
Trabalhando sentado, sem quase levantar da cadeira, não deveria ter tanta variação no decorrer do dia como tenho percebido na Mi Band 6.
Exercícios e bateria
Falando um pouco sobre a função que eu imagino ser uma das mais importantes, o acompanhamento de exercícios tem melhorado, só que a Mi Band não é o tipo de pulseira que você pode deixar o smartphone em casa e sair para correr, isso porque ela não tem GPS integrado e nem poderia.
Seu tamanho e sua bateria reduzida dificultam muito a implementação desse recurso, e caso ele seja importante pra você, é melhor procurar um smartwatch, como Amazfit Bip U Pro, GTS 2 ou algum outro com GPS integrado.
Quando falamos de exercícios internos, como pular corda, abdominais ou coisas assim, o relógio faz uma estimativa por quantidade de tempo e tipo de exercício para entregar uma média de resultado obtido durante a atividade física.
Agora, o que parece não melhorar na Mi Band é o reconhecimento de quase todos os seus movimentos como passos. Enquanto testava a pulseira, foi só coçar a perna e do nada a pulseira começou a vibrar e ao verificar, notei que tinha acabado de completar o desafio de 8 mil passos diários. Fala sério, isso não deveria acontecer depois de seis gerações.
Se por um lado ela mantém algumas coisas e acrescenta outras, o ponto onde eu acho que a Mi Band 6 retrocedeu foi em sua bateria. São 250 mAh, onde a empresa promete 14 dias de duração, mas no uso normal, sem muitas notificações nem práticas de exercícios, a bateria durou apenas dez dias, tendo uma média de descarga entre 13% e 15% ao dia, o que resultou nesses dez dias de uso.
Ela está de acordo com alguns concorrentes que tem o mesmo tempo de duração, mas eu acredito que deveria haver uma evolução e não um retrocesso.
Em contra partida, quando a empresa coloca mais funções ou uma tela maior, sem ter muito espaço para mais capacidade de energia, a tendência natural é que o tempo de funcionamento com uma única carga diminua mesmo.
Daí você tem que decidir, eu compro essa com mais funções, uma tela maior, ou a geração anterior já me atende bem, me entregando exercícios a menos, mas com um tempo de uso mais longo?
Mas calma, caso você escolha essa pulseira, a Mi Band 6 carrega a bateria de 0% a 100% em 1 hora e 10 minutos, o que é um tempo bom frente a concorrentes como Galaxy Fit 2 que leva quase duas horas pra uma carga completa e tem o mesmo período de duração.
Conclusão
A Mi Band 6 é uma boa pulseira inteligente, mas deixou de ter destaque e oferece menos concorrência atualmente. Ela acompanha suas atividades físicas bem, mesmo precisando do smartphone para usar o GPS ao iniciar uma caminhada, corrida ou pedalada externa.
Recebe notificações e permite a leitura, mas ainda deixa de fora as respostas rápidas de mensagens, que eu só vi nas pulseiras e smartwatches da Samsung até agora – claro que estou focando só no mundo Android.
Sua bateria não dura mais como antes, ficando na média de todo o mercado, sem conseguir cumprir os dias de uso prometidos pela Xiaomi. Há uma necessidade em evoluir as medições de batimentos cardíacos e oxigenação, mas há limitação de espaço, mais uma vez.
Não fosse o bastante, a Mi Band 6 também está mais cara. Talvez por culpa do dólar, mas também pode ser culpa dessa tela que ocupa toda a frente da pulseira e com certeza é a peça mais cara que temos nessa construção.
Ainda pode ser mais vantajoso pegar a Mi Band 5 ou até mesmo a Mi Band 4, já que as duas são praticamente a mesma pulseira. Você paga menos e se mantém dentro do ecossistema da Xiaomi.
E se não fizer muita diferença para você essa questão de ecossistema, eu recomendaria também a Galaxy Fit 2, já que tudo que vimos nas Mi Bands ela tem e mais o extra de conseguir responder mensagens que podem ser personalizadas ao seu gosto, por um preço mais amigável.
Carolina diz
Comprei faz 2 meses a MI Band 6 do site oficial da Xiaomi e estou muito decepcionada. A bateria dura apenas 2 dias (mesmo desligando as notificações), o aplicativo Mi Fit não funciona mais no Android. Agora o aplicativo é o FIT PRO, que muito limitado… nem o nível de bateira consigo verificar. Ele se desconecta a todo momento do aplicativo no celular (Moto G100). enfim, não cumpre nem metade do que promete. Aconselho a antes de comprar esses aparelhos, baixar o aplicativo antes para ver quais são as reais funcionalidades que ele entrega. Pelo que percebo a Xiaomi não é uma marca tão confiável como é anunciado, pois comprei no ano passado, pelo site das Americanas um Mi Band que tive de devolver, pois a bateria não durava 2h. É muita coincidência ou muita falta de sorte.