O ZenBook S 13 Flip OLED é um dos principais lançamentos ultrafinos 2 em 1 da Asus. O nome dele já entrega a proposta: ser um notebook compacto, capaz de se transformar em tablet e com uma tela OLED. Eu passei uma semana com esse carinha e te conto o que eu achei nesse review.
Asus ZenBook S 13 Flip
- Processador Intel Core i7-1260P
- 16 GB LPDDR5
- SSD de 512GB M.2 NVMe PCIe 4.0
- GPU Intel Iris Xe
- Tela OLED de 13,3″ (2880 x 1800px)
- Wi-Fi 6 e Bluetooth 5.0
- 1,1 kg
Construção e tela
Deixa eu começar falando do design dele, que me chamou a atenção. Como a gente está falando de um produto premium, sua construção levou isso a sério. Ele é todo feito em liga de alumínio e magnésio na cor ponder blue, esse azul acinzentado.
As dobradiças são pequenas e ficam bem próximas às bordas laterais, mas ainda assim são firmes e resistentes, e o movimento de abertura 360 acontece com segurança.
Ele pesa 1,10kg, com 1,40cm de espessura, e consegue ser mais leve e fino que meu Galaxy Tab S8 Ultra com a capa teclado. Mas para garantir essa portabilidade, ele precisou ser econômico nas conexões. São duas portas USB-C com Thunderbolt 4, leitor de cartão microSD, entrada para microfone e uma entrada USB-C para carregamento.
Ser um notebook fino cobra seu preço, então, se você precisar de uma conexão USB-A, vai precisar de um adaptador, porque não cabe uma entrada desse tamanho nele. Mas O Zenbook S 13 Flip OLED compensa a falta de conexões físicas com compatibilidade com Wi-Fi 6 e Bluetooth 5.2.
A webcam tem resolução Full HD e, ao lado dela fica um sensor infravermelho, que serve para o reconhecimento facial no Windows Hello. É uma boa câmera, mas básica, que mesmo capaz de gravar vídeos em HD, serve para vídeo chamadas, e ainda assim com definição e qualidade abaixo de um bom smartphone.
Não tem como não falar da belíssima tela OLED de 13,3 polegadas na proporção 16:10. São 60 Hz de taxa de atualização com resolução de 2880 x 1800 pixels, mais que QHD.
Como a gente explica nos reviews de televisores, o OLED é um dos melhores painéis disponíveis, porque não precisa de um backlight para funcionar, já que os pixels se auto iluminam. E o resultado é um preto puro e contraste mais alto que o de outras telas. Contraste, aliás, que é de 1.000.000:1. O brilho é de 550 nits.
É uma tela extremamente confortável para consumir conteúdo. Eu assisti séries com ele no modo conversível e a qualidade é bem acima da média. E isso se justifica pela validação Pantone incluída nele, o que garante a fidelidade de cores.
Para profissionais de fotografia e design, esse modelo é bem indicado, até por cobrir 100% do espectro de cores DCI-P3. E ele ainda conta com certificações VESA, HDR True Black 500 e, por último, TÜV Rheinland para o cuidado com os olhos. Ainda tem proteção Gorilla Glass para evitar arranhões.
Por ser um notebook 2 em 1, ele tem tela sensível ao toque, que você pode usar de duas formas. Com os dedos, ou com a caneta que a Asus manda na caixa. Aliás, a tela tem ótima resposta e precisão, e reconhece até 10 contatos simultâneos, desde que você desligue a opção “Gestos de toque de três e quatro dedos” no Windows.
Eu gosto da ideia de ter uma caneta para apoiar porque não sou o maior fã de trabalhar apenas com trackpad. Tem momentos, como selecionando texto ou quando demanda mais precisão, que eu sinto falta de um mouse, mas a caneta cumpre bem essa função.
Isso especialmente quando eu estou trabalhando fora, já que quando eu estou em casa, tenho todos os acessórios à mão.
Teclado e trackpad
O teclado é de membrana, de perfil baixo, mas as teclas não são tão baixas quanto as do Samsung Book 2 Pro, por exemplo. Elas não são suficientes para fazer barulho porque são mais duras que os notebooks que eu tenho em casa, e garantem uma digitação mais silenciosa.
Ele tem padrão ABNT2, com cedilha e tudo mais, e tem fontes grandes nas teclas, que facilitam sua identificação.
Mesmo sendo um notebook compacto, teve espaço para as teclas de função, acima dos números. Ele é retroiluminado na cor branca, com três níveis de iluminação, que você regula na tecla F7. O único detalhe é o botão power, que está nessa fileira.
A gente viu esse comentário em um vídeo no canal e deu razão: o melhor é que o botão de energia fique fora do teclado, porque se houver algum problema, consegue ligar o notebook e usar momentaneamente com um teclado externo. O lado bom é que esse botão abriga o sensor de impressões digitais, para uma biometria mais completa.
E mais cedo eu falei que não gosto tanto de trabalhar só com trackpad, mas tenho que me render a esse aqui. Ele é enorme, medindo 13cm de largura por 7cm de altura, e parece maior por estar em um notebook compacto.
Além disso, ele está exatamente centralizado no corpo do Zenbook, o que é ótimo, não ficando mais para a esquerda, como acontece nos modelos maiores com teclado alfanumérico. Mas o que eu mais gosto aqui é um recurso que a Asus coloca em seus notebooks, que é o alfanumérico no trackpad.
É uma solução muito inteligente para quem precisa usar bastante a parte numérica, e que poderia ser copiada por outras fabricantes. Você aciona o numberpad no canto superior direito e no esquerdo você regula a iluminação e ainda, se arrastar para o centro a partir do ícone, abre a calculadora.
A Asus Pen é uma caneta ativa, com mais de 4 mil níveis de pressão e vem com removedor de pontas e três pontas extras, e você pode carregar a caneta direto no notebook graças ao cabo curto com USB-C nas duas pontas.
O botão maior pode funcionar para você controlar apresentações, enquanto os outros dois podem ser remapeados. Faltou só um espaço dedicado para guardar a caneta. Se você usar o estojo que também vem na caixa, vai ter um espaço para guardar a caneta. Mas se esse não for seu caso, vai precisar ser criativo.
Você precisa de meia hora para uma carga completa da caneta, e ela garante até 140 horas de uso, um número que eu não consegui comprovar na prática, porque foram basicamente 40 horas testando esse carinha.
Som e desempenho
Vale dizer ainda que esse carinha tem Alexa, que pode ajudar na hora de fazer comandos de voz, e o som, que é assinado pela Harman Kardon, tem certificação Dolby Atmos. É um som consistente e que não distorce, mas faltam graves mais potentes, o que é até natural para notebooks.
Então se a ideia for consumir música, é melhor conectar um fone ou caixinha Bluetooth, mas ele se dá bem com conteúdos de voz. A caixa que traz os acessórios tem uma tampa que pode servir de apoio para o próprio notebook ser usado com alguma elevação. É uma daquelas inovações simples que realmente fazem a diferença.
E vamos entrar no assunto hardware? Esse carinha aqui tem um Core i7 de 12ª geração 1260P, com 12 núcleos, sendo 4 de potência e 8 de economia de energia, 16 threads e velocidade de clock de 4,7 GHz. Não tem GPU dedicada, mas a placa integrada Intel Iris Xe G7, com 96 unidades de execução dá conta de fazer um bom papel com games leves e trabalhos em 3D ou edições mais simples.
Conta ainda com 16GB de RAM LPDDR5 e SSD de 512 GB NVME. O máximo que dá para fazer é substituir o SSD por um de maior capacidade. A inicialização do Windows, que vem na versão 11 Home, é bem rápida.
O Zenbook S 13 Flip OLED faz parte da iniciativa EVO da Intel. Por isso, ele precisa atender seis critérios para ostentar esse selo que fica no seu canto esquerdo. O primeiro pré-requisito é ter processadores Alder Lake de 12ª geração da Intel.
E esse aqui, mesmo não sendo da série H da empresa, reúne alto desempenho com eficiência energética. E não só eficientes no consumo, mas no carregamento, feito por USB-C.
No design, eles precisam ser ultrafinos e extremamente leves, porque a Intel entende que eles precisam ser transportados com facilidade em viagens ou mesmo no uso fora de casa. Então o limite aqui é 1,5 kg, e esse aqui está bem abaixo, com 1,1 kg.
O selo EVO ainda leva em conta a rapidez. Notebooks com essa tecnologia precisam sair do modo de suspensão em menos de 1 segundo e ainda contarem com Thunderbolt 4.0, carregamento USB-C e Wi-Fi 6 integrado. E não pode travar em apps como os do Microsoft Office, Zoom e Slack.
Por falar em não travar, essa configuração permite jogar alguns jogos se você topar usar uma qualidade média ou baixa, mas eu preciso te lembrar que ele não é um notebook gamer, e nem conta com ventoinhas e sistema de refrigeração próprios para isso.
Há uma trava de desempenho para evitar o superaquecimento, já que esse é um notebook compacto. Em bateria, eu consegui algo próximo a 7 horas de tela usando no modo de desempenho mediano, e recarreguei em 1h30 com a fonte de 65W e conexão USB que o acompanha.
Conclusão
O Zenbook S 13 Flip OLED é um notebook para quem precisa de produtividade e mobilidade. Seus grandes destaques, para mim, são a linda tela OLED com sua alta fidelidade de cores, e a construção digna de um topo de linha.
É uma tela muito gostosa e confortável de usar, e até dá uma tristeza voltar para meu notebook pessoal depois de usar ele. Penso nele como o companheiro ideal para profissionais criativos ou executivos que viajam bastante, e precisam de alto desempenho num corpo compacto e leve de carregar, e que não podem ficar sem bateria em nenhum momento do dia.
Não é um notebook para quem joga, edita ou quem trabalha com software de arquitetura, usando gráficos 3D pesados, mas é capaz de dar conta do recado em tarefas de médio para alto desempenho.
Eu vejo dois principais problemas para ele. A falta de conexões físicas, as travas de desempenho e o fato de esquentar bastante. Ele está numa categoria de topos de linha, ao lado do Dell XPS 13 e do Galaxy Book2 Pro em termos de mobilidade, e do Galaxy Book2 360 e do Lenovo Yoga 9i quando o assunto é ser 2 em 1.
E nessa prateleira, nada é barato. O Zenbook S 13 Flip OLED vai ser encontrado na faixa dos R$ 15 mil, o que é impensável para a maior parte dos brasileiros. Nem mesmo toda a qualidade dos notebooks da Asus, especialmente desse, justifica um preço nas alturas como esse, assim como de seus concorrentes.
Deixe um comentário