Essa é a Samsung Q60T, a opção mais em conta da linha QLED 2020 da marca, que vem barateando ano a ano. Esse modelos em questão, está logo acima da TU8000 – 4K de entrada – e promete trazer alguns adicionais para aqueles que querem manter o orçamento mas pegar uma TV um pouco melhor. Será que o QLED entrega o necessário?
Apesar do nome parecido, a Q60T não é exatamente a substituta da Q60R, a opção mais barata lá de 2019. São os modelos mais baratos de seus respectivos anos, porém, a Samsung removeu algumas funcionalidades daqui para reduzir o preço e, de certa forma, popularizar as TVs dessa categoria.
Isso é bom, pois os benefícios da QLED ficam num preço mais legal, mas numa comparação direta ela fica para trás do ano passado. A gente já detalha tudo que foi perdido, só que eu já adianto que o pouco que saiu é mais do que compensado com a redução de preço de quase 1000 reais em algumas lojas.
Design e conectividade
Dito isso, em construção a Q60T é, para ser sincero, bem sem graça. Ainda não é nesse modelo que os designs mais extravagantes começam a aparecer, então nada de tela super fina, suportes mais elaborados ou entradas diferentes.
Desde a TU7000 até a Q70T, o corpo é praticamente todo de plástico, com algo perto de 6 centímetros de espessura. Os pés ficam nos cantos, e não há nenhum sistema especial para passar fios, apenas uma valeta aberta e um encaixe para o pé, que tenta segurar mais ou menos tudo ali, mas não esconde nada de verdade.
Na parte traseira, são 3 entradas HDMI 2.0, que estão de bom tamanho, já que esse ano todos os tamanhos são de 60Hz – algo antes limitado apenas ao modelo de 49 polegadas. Ela ainda tem 2 portas USB e aquele conjunto presente em quase todos os modelos, que está cada vez menos necessário, com saída de áudio digital, AV e entrada RF.
Fora isso a TV tem a entrada ethernet, para aqueles momentos que a internet não está ajudando. Mas como a placa de rede é boa, inclusive com suporte a redes Wi-Fi de 5 GHz, ótima para salvar seu sinal em apartamentos cheios de redes ao redor, provavelmente você não terá esse tipo de problema com essa TV.
Qualidade do painel
Só que, até agora, está tudo bem comum até para uma TV de marcas menos conhecidas, então, qual a vantagem de uma QLED perante as linhas ainda mais baratas? Bom, para explicar de forma bastante simplificada, um painel de LCD tradicional é composto por diversas camadas diferentes, que juntas transformam a luz branca do painel de fundo, nas cores que você enxerga lá do conforto do seu sofá, enquanto assiste TV.
No caso das QLEDs, uma delas é um filtro de cor especial, composto por partículas de escala nanoscopicas – os quantum dots – que são capazes de emitir cores mais reais e mais brilhantes que o painel de TVs mais baratas.
Claro que, se você entrar mais fundo no assunto, não é tão simples assim. Na concorrente, a LG tem a linha Nanocell, que funciona de forma muito parecida, para não dizer igual, mas o importante é entender que QLED e Nanocell não são OLED. Para resumir, são apenas melhorias da TV LCD, que geram cores melhores.
No entanto, não é só isso que dita a qualidade de imagem da TV, outro fator, que talvez seja até mais importante, é o tipo de painel. Como toda boa Samsung, a Q60T utiliza um painel VA, que quando comparado com a alternativa, os painéis IPS da LG, se destaca por ter ótimo contraste, mais brilho e, principalmente, pretos mais uniformes.
Porém, como não dá para ser bom em tudo, o painel VA fica para trás quando o assunto é ângulos de visão. Não é nada muito extremo, mas você também não precisa olhar muito de lado para começar a perceber cores mais lavada, que podem te incomodar mesmo se você só estiver assistindo TV deitado no canto do sofá.
Vale lembrar ainda que a Q60T, por ser mais barata, tem certas desvantagens em todos esses pontos quando comparada com os modelos mais caros da linha. Além delas terem uma cobertura um pouco maior do espectro de cores, por aqui não há suporte ao recurso de local dimming, que permite a TV controlar de forma pontual a luz, para aumentar ainda mais o contraste, e resolver, de certa forma, os problemas de ângulo de visão.
Upscalling e games
Fora isso, TVs modernas 4K trazem a tecnologia de upscaling, que basicamente utiliza inteligência artificial para transformar a imagem de resolução mais baixa que a TV, em algo próximo do 4K. Em modelos de marcas menos conhecidas, nem sempre esse recurso é tão bom, mas aqui na Samsung, ele é capaz de transformar conteúdos em 1080p quase idênticos ao 4K real.
Essa tecnologia, além de boa para vídeos e afins, auxilia na hora de ligar o PC na TV. Isso porque, você não precisa colocar a resolução de tudo no 4K, deixa o jogo no 1080p mesmo e deixa a própria TV melhorar os gráficos indiretamente para você.
O efeito não é o mesmo, mas quase sempre é perto suficiente para não fazer valer a pena a placa de vídeo ou o sistema de resfriamento mais caro que você vai precisar, para manter uma jogatina estável nessa resolução mais alta.
Só que tem mais! Porque a Q60T possui também o modo de jogos, ou de baixa latência, capaz de reduzí-la de 80 e poucos milisegundos para algo próximo de 10. Ela também recebe o sinal chroma de 4:4:4, que, para quem não conhece, basicamente significa que a TV recebe os dados sem compressão, para manter a alta qualidade de imagem, sendo necessário o uso de um cabo HDMI 2.0.
Infelizmente, essa TV não tem suporte a taxa de atualização variada. Ele estava presente lá na Q60R de 2019, mas com o remanejo da linha, apenas a Q70T desse ano tem o suporte ao modo. Não é uma perda tão considerável quanto a frequência de 120 hertz, mas não quer dizer que de vez em quando ele não é necessário por aqui. O V-Sync meio que resolve mas não é a mais elegante das soluções.
Sistema Smart TV
O Tizen é um velho conhecido da casa e continua sendo um dos nossos favoritos. Tem quem prefira o visual mais clássico do WebOS da LG, mas eu gosto da praticidade da solução da Samsung. Já o aplicativo para celular é algo que era bom e ficou um pouco pior recentemente, só que ainda assim dá para usá-lo tranquilamente se você não encontrar o controle ou precisar de um teclado.
Falando nesse, o controle da Samsung é disparado um exemplo a ser seguido por outras empresas. Ele é bem minimalista, pequeno e sem firula, inclusive com assistente de voz, que por enquanto é a Alexa, pelo menos até a Bixby ser traduzida para o português, com promessas de uma eventual implementação também do Google Assistente, mas seja qual for, a grande utilidade é transcrever algo que você fala numa barra de busca, que pode parecer pouco, mas de vez quando é uma baita mão na roda.
Conclusão
A Q60T dá um bom gostinho do que a QLED é capaz de oferecer em faixas de preço um pouco mais baixas, e de fato o seu maior diferencial é a qualidade de imagem, mesmo quando comparada com seus concorrentes.
Atualmente ela compete direto com a Nano 85 da LG, que, tem alguns pontos mais fortes, como a qualidade de áudio e vantagens no ângulo de visão, mas fica para trás em qualidade de imagem.
A Q60T consegue até competir com a TU8000 dá propria Samsung. Ela é a versão mais cara das TVs com painel LCD tradicional, mas o preço está tão proximo que pode fazer sentido gastar um pouco mais para levar a QLED.
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