O Galaxy A7 2018 é o primeiro Samsung a ter três câmeras na traseira. Essa tendência de aumentar número de lentes para compensar limitações não é nova, mas parece que vai tomar novos rumos em 2019, com boatos de até aparecer smartphone por aí com mais que isso. Só nos resta saber se isso ajuda aqui no A7 ou se o investimento dessa terceira lente tinha de ser feito em algum outro lugar do aparelho.
Design
A Série A da Samsung tem um sério problema de identidade. Se cortar muito recurso para baratear, corre o risco de virar um J, e se adicionar coisa de mais, o preço pode competir com algum S antigo, que ainda não perdeu a pose de top. Por isso mesmo a Samsung começou a utilizar seus intermediários como teste de recursos para futuros lançamentos.
Dessa vez, como eu já comentei, a novidade são as 3 lentes na parte de trás, evoluindo agora para um verdadeiro semáforo de três fases! Mas antes de falar o que isso significa para as fotos, vamos passar para o que isso significa para o resto do aparelho.
Começando pelo posicionamento, ela saiu do meio e foi para o canto. Algo mais parecido com as outras centenas de smartphones iguais lançados ano passado. Provavelmente o A7 tem uma desculpa para isso, que é espaço interno, o que também fez o leitor de digitais se mudar e se integrar ao botão lateral de ligar a tela. Essa é uma posição que me agradou bastante e que pode ser mais confortável depois de um período para se acostumar, principalmente se você for destro e criar o costume de usar o dedão. Para mim que sou canhoto resta o uso do dedo indicador em uma posição mais complicada, mas que ainda sim não me incomodou.
O corpo é de vidro com frame de plástico, característica que geralmente serve para carregamento sem fio, mas aqui é só charme mesmo. O A7 ainda vem com P2, e estranhamente ainda tem uma entrada micro USB B antiga. Não faz sentido o último modelo A7 já ter USB-C e esse voltar atrás, afinal, eles basicamente tem um ano e pouco de diferença.
Aliás, outro retrocesso quando comparado com a versão anterior é o fato dele não ter IP68. Eu entendo que a Samsung deva fazer pesquisas e tentar entender o que o consumidor da linha A quer. Mas pra mim o modelo anterior era bem mais robusto.
A saída de som fica embaixo e é um falante mono que é bem razoável. Se você se importa com isso, certamente não vai se impressionar mas também não vai se incomodar. Eu achei um aparelho bonito, fiquei feliz dele já vir com capinha para eliminar o imã de digitais que é a traseira e sinceramente achei que em alguns pontos ele parece mais “barato” do que deveria ser. O Galaxy A8 tem uma cara mais robusta que ele com os mesmos materiais.
Tela
Sobre a tela nem tenho muito o que falar, a Samsung já manda bem nesse quesito há um bom tempo e aqui não mudou nada. O painel AMOLED está num tamanho que bate o limiar do bom com o grande, são 6 polegadas “esticadas”, em 18,5:9. Poderia ser um tequinho menor? Poderia, mas ainda está ok.
É realmente bom para quem não gosta de celular muito grande. A resolução acompanha a qualidade e é Full HD. As cores, como sempre, são bem vivas e o brilho é forte e vai bem debaixo do sol. É basicamente a mesma tela do Galaxy A6+ com mais brilho e com quase os mesmos níveis do A8.
O que me surpreendeu de forma boa é que apesar de terem mantido apenas 4GB de RAM aqui no Brasil, temos opção tanto de 64 GB como de 128 GB de armazenamento. Lembrando que ainda existe a possibilidade de fazer um incremento via cartão micro SD. É importante ter mais espaço em um celular como esse onde o foco é câmera, até porque a resolução acima da média gera também arquivos maiores.
Câmera traseira e frontal
A lente frontal tem 24 megapixels e abertura de f/2.0, um diferencial bastante claro da linha A da Samsung e do próprio aparelho por si só, já que entre todos lançados por aqui ele parece ser o melhor nesse quesito. Além de ter bastante definição, sua faixa dinâmica está muito boa.
A reclamação é que às vezes fotos podem ficar um pouco artificiais, principalmente em baixa luz. Isso se dá por conta do pós processamento pesado que sacrifica nitidez para tentar deixar a imagem mais clara. Mas assim, no geral eu gostei bastante, sem cara branca e bons resultados até para ir direto ao Instagram.
A câmera traseira também vai bem. O sensor principal tem os mesmos 24 megapixels da frontal e conta com uma abertura de f/1.7. Isso é importante para melhorar o HDR da foto. Eu gostei da lente quando pensamos que esse é um intermediário, afinal, ela consegue gerar bons resultados em média luz, mas é o mesmo esquema de pós processamento forte que a Samsung sempre coloca e que tira nitidez.
A segunda câmera é a ultra-wide angle, que deixa as fotos parecidas com a GoPro. A resolução é 8 megapixels com abertura f/2.4, o que limita sua performance em ambientes mais escuros, onde a outra lente já vai bem. Eu gostei do resultado e das possibilidades, pra quem curte tirar foto, ter uma segunda opção é divertido.
E finalmente, o último sensor é o padrão de 5 megapixels apenas para desfoque. O resultado do modo retrato é bom, mas esse recurso feito por software nas selfies também é bom, o que me fez questionar um pouco sua necessidade.
Nos vídeos, o A7 consegue gravar em 4K a 30fps e tem uma boa estabilização eletrônica a partir de 1080P, às vezes ele se perde um pouco com o foco e com o balanço de branco, mas no geral dá pra fazer boas filmagens com ele. Nós usamos essa câmera frontal superior para fazer algumas cenas aqui no canal porque realmente ficou bem legal, mas só lembrando, na frontal o limite é Full HD mesmo.
Desempenho
E como sempre, boa parte desses resultados vem do chipset que processa todas essas informações. O Galaxy A7 utiliza o Exynos 7885, igual ao A8 do começo do ano. Os resultados de benchmark mostram um chip equivalente a algo entre o Snapdragon 636 e o 660.
É basicamente um intermediário que consegue dar o suporte para o processamento de imagens e rodar jogos mais pesados em qualidade mediana. Inclusive ele pode estar mais preparado para receber atualizações de Android e interface sem gerar engasgos, e deve ser um dos primeiros a receber a versão 9.0 – talvez junto ou um pouco depois das linhas Note e S.
A bateria dele é um pouco menor do que alguns lançamentos mais antigos, com carga de 3300 mAh, mas como o chip é econômico, o consumo médio de vários aplicativos ficou numa média boa. A parte ruim é a falta de um carregamento rápido, que significa umas duas horas e meia na tomada.
Conclusão
Talvez o A7 não precisasse de três câmeras, mas dentro da sua faixa de preço ele é uma das opções com resultados mais consistentes para fotos, que pode até bater de frente com alguns mais caros. Tirando isso, o resto é meio sem graça. Faltam recursos como carregamento sem fio, IP68 e USB-C para poder ser chamado de completo, e o desempenho em jogos é apenas ok.
Então mais uma vez: gosta de tirar fotos e quer um celular com mais qualidade? O A7 pode ser uma boa opção, principalmente se você se importa bastante com selfie, se não, o Galaxy S8 está aí no páreo, com uma câmera traseira melhor e uma frontal pior.
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