O Samsung Galaxy A6+ é o primeiro passo pra quem está pensando em pegar um celular intermediário, com uma construção melhor e mais funções, mas não quer sair da Samsung. Suas especificações começam a chegar mais perto de um topo de linha, ao mesmo tempo que economiza em alguns pontos. Hoje nós vamos analisar o que ele tem e o que fica para trás.
A Samsung tem lançado seus smartphones com um preço um pouco fora da realidade, como foi o caso do A6+ que chegou acima dos 2000 reais, muito longe de ser um preço condizente com a configuração dele.
Porém, quem acompanha a marca sabe que isso é normal, inclusive tem um vídeo no canal onde eu exploro essa questão de preço de lançamento e quedas posteriores e te indico quando é a melhor hora para comprar um smartphone novo. Tudo isso é para falar que pelo preço de lançamento ele claramente não vale a pena, mas agora alguns meses depois, por 1300 ele começa a fazer sentido.
Tela e design
A tela dele é bastante bonita. Essa é sempre a primeira coisa que eu noto em aparelhos Samsung, o painel AMOLED continua sendo uma das opções mais bonitas em smartphone, e nesse caso temos uma resolução Full HD, deixando o conjunto até com um ar mais premium.
Basicamente, o A6+ tem o formato do Galaxy J8 com a qualidade da tela mais próxima do Galaxy S9, e com um desenho nas costas que dá mais personalidade para seu corpo de alumínio. Quem conhece a linha J5 Pro e J7 Pro vai lembrar bastante dele também.
Em tamanho, o A6+ vai um pouco além do que eu realmente gosto, são 6 polegadas em um corpo de 160 por 75 milímetros. A pegada é legal mas muito grande para mim, se você gosta de aparelhos maiores, provavelmente não vai ter o que reclamar nesse quesito, mas como a Samsung não optou pelo notch nesse último ano, seus aparelhos ainda são mais “altos” do que dos concorrentes que têm tal característica.
Porém, apesar de bonito, a evolução meio que se restringe a tela, pelo menos na parte externa. Ele fica devendo IP68, o USB ainda é do tipo B, o som é mono e fraquinho e até o fone que vem na caixa não tem muita qualidade.
São detalhes assim que acabam deixando o A6+ mais perto da linha J do que da linha S. Pelo menos ele ainda tem o P2 e as duas bandejas para micro SD e dois chips de operadora – padrão da Samsung que eu não quero que ela perca nunca.
Desempenho
O hardware também é um ponto que podia estar melhor. Existem duas opções de memória interna, 32 ou 64 gigabytes, com os já costumeiros 3 ou 4 GB de RAM. São opções boas mas como sempre é o caso nesses aparelhos um pouco mais baratos, eu recomendaria ir direto para 64 gigabytes já que a diferença no preço é até que bem pequena.
Seu chipset é o Snapdragon 450 e as pontuações de benchmark são praticamente iguais ao J8 e piores que o Motorola One, ambos com o mesmo processador. Nesse chip aqui até dá pra arriscar jogar PUBG no médio, já no Grand Chase e no Asphalt 9 as configurações precisaram ficar em qualidade reduzida para não travar.
A interface também parece estar bem fluida, pelo menos nesse pouco tempo que estive com ele na mão. A Samsung Experience vem na versão 9 e possui algumas funções que você não costuma encontrar em celulares baratos de outras marcas, como o Always-On, o desbloqueio facial e até utilizar o Samsung Pay com NFC. A parte negativa é que ele veio com o Android 8 e não tem previsão para que o 9 ou o Samsung One UI chegue no curto prazo.
A bateria é de 3500 mAh, suficiente para umas 6 horas jogando e 10 de Youtube, em brilho médio. Sinceramente o problema não é a duração da bateria, mas sim a demora pra carregar. O carregador que vem na caixa tem apenas 7,5 W e o A6+ não tem função fast charge nem wireless charge, o que significa em torno de 2 horas e meia na tomada. Longe do ideal quando concorrentes como a Motorola entregam resultados melhores mesmo em aparelhos mais baratos.
Câmera traseira e frontal
Onde o A6+ volta a ter uma vantagem, quando comparado a outros aparelhos nessa faixa de preço, é nas câmeras. O sensor frontal tem 24 megapixels e abertura f/1.9 e na traseira temos 16 megapixels e abertura f/1.7, junto de um sensor auxiliar apenas para o desfoque.
As fotos me agradaram, principalmente nas selfies. Além de resolução mais alta, ela também tem boa definição, e não sofrem de problemas corriqueiros de câmeras mais baratas, como excesso de granulado ou cara esbranquiçada.
Além disso, é possível fugir um pouco das fotos borradas que os modelos mais baratos tinham – o modo esporte ainda não está habilitado, mas o sensor melhor parece ajudar nisso.
Nas fotos da câmera principal o recorte do foco dinâmico costuma ficar certo, assim, cabelos mais complicados realmente vão ter de ser deixados para os topos de linha e o HDR gera resultados satisfatórios. Um Galaxy A8 da vida consegue claramente resultados melhores nesse quesito, então vale ficar de olho no upgrade.
Quem gosta de cores mais vivas, provavelmente vai gostar de como elas saem nas fotos do A6+, que exagera um pouquinho na saturação.
A resolução dos vídeos nas duas câmeras chega até Full HD e a qualidade até que dá para o gasto, o problema é que o HDR praticamente não existe em nenhuma das duas, o que deixa o branco um pouco estourado, principalmente na frontal, e a estabilização também que é praticamente inexistente.
Conclusão
O Galaxy A6+ pode até sonhar em chegar perto do S, mas na verdade ele ainda está muito mais próximo da série J. Isso não é mais um problema já que agora seu preço condiz com essa realidade. Por menos de 1500 reais você leva uma tela boa e uma câmera acima da média.
O problema maior fica no desempenho baixo e na falta de um fast charge para carregar essa bateria mais rápido – que eu particularmente acho que pode ser resolvido ao pegar um A8 que está só um pouquinho acima na faixa de preço.
Para uma experiência mais completa, você pode investir um pouco mais e pegar um S8, que em algumas promoções já sai mais perto de 1800 reais.
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