O Samsung Galaxy S8 impressionou bastante pelo design inovador em 2017, e de lá pra cá, as bordas de outros modelos diminuíram mas mesmo assim ele continua como um dos designs mais atuais. O Galaxy S9 não veio para reinventar a roda, mas para incrementar muito do que não estava 100% no modelo anterior. A grande dúvida que fica é: esses incrementos valem o preço?
Design
Se você já viu o Galaxy S8 já viu o S9, simples. Eles tem basicamente o mesmo corpo, com uma pequena redução de altura e uma compensação na espessura. Nada que você vá perceber se não tirar muito tempo para analisar.
Os botões permanecem quase no mesmo lugar, e sim, o botão dedicado à Bixby ainda está presente e a Samsung está trazendo algumas soluções de casa conectada que vão ser super legais, assim que você comprar todos os equipamentos dela. Mas enquanto isso, ela não está fazendo nada de novo que valha deixá-la ligada.
Na traseira temos a primeira das mudanças, temos uma cor nova, o ultravioleta. A segunda e bastante importante é o sensor de digitais que mudou de local, que ahora está embaixo da câmera.
Devo dizer que como sou canhoto o sensor do S8 nunca me incomodou muito, mas para destros parecia incomodar, então, que bom que voltou para o centro.
Vale comentar que o registro da digital é feito apenas uma vez, só que arrastando o dedo sobre o sensor. Nada de ficar dando vários tapinhas como nos outros smartphone.
Som
Na base do aparelho continuamos com a entrada P2 e o alto falante que recebeu um pequeno redesign e um incremento tanto em volume quanto na qualidade do som.
Ainda no quesito som tivemos outro avanço legal. A saída de som frontal finalmente atua como um segundo alto falante, extremamente importante para um modelo que tem sua principal saída na base e que eu sempre tampava sem querer no S8 e ainda tampo no S9.
Tela
A tela dos dois modelos é do mesmo tamanho, 5,8 e 6,2 polegadas no S9 Plus e usa a mesma tecnologia de amoled, com resolução de 2960 x 1440px.
Para não ficar tudo igual, a Samsung conseguiu um incremento de quase 15% em taxa de brilho, com quase 20% de incremento naquele modo que dá um boost por um tempo se você está em um lugar muito iluminado. Isso é bem legal e bem mais perceptível que a diferença do S8 para o Note 8 que me pareceu prometer mais do que cumprir.
Desempenho
É no hardware interno que começamos a ver um pouco da diferença. A Samsung anunciou que o Snapdragon 845 virá para o Brasil, o que deixou muita gente animada.
Afinal, apesar de no ano passado os processadores da Samsung possuírem um desempenho similar com melhor gerenciamento de bateria, nesse ano ficou claro através dos principais benchmarks que o 845 se sai melhor.
O único teste que mostra o contrário é o geekbench. Mesmo assim, o Snapdragon 845 é, segundo esses testes 30% superior ao modelo anterior.
No dia a dia você vê aplicativos abrindo de forma bem rápida, mas apenas levemente mais rápido que o S8, por exemplo. Isso porque não tem nem como ser tão mais rápido assim, os celulares estão realmente em um ponto de maturidade.
É quase a sensação que você tem de passar de um iPhone 7 para o iPhone 8. É bom ser um pouco mais rápido, da uma sensação melhor, mas se não colocar os aparelhos lado a lado fica impossível perceber.
O processador por si só ajuda, mas a presença de 6GB de RAM no Plus faz com que a execução de tarefas em paralelo principalmente no Dex ou Dex Pad, lançado agora com o aparelho, seja melhor e mais fluida. Fica um pouco mais fácil começar a usá-lo como um PC do que era possível com a geração anterior.
Apesar de lá fora existir o modelo com 64GB, aqui no brasil foram lançados apenas os modelos de 128GB, que podem ainda ser expandidos através de cartão microSD ao mesmo tempo em que usam dois chips de operadora.
Software
Outro ponto que mudou um pouco foi o software, mas a verdade é que como o S8 já recebeu o Oreo nos últimos tempos, a diferença está mais nas funcionalidades novas que foram implementadas em conjunto com o hardware.
Um exemplo disso é a segurança embarcada. O equipamento já vem com atualizações no reconhecimento facial, que ainda é um pouco falho e adiciona o intelligent scanning que é basicamente um cruzamento do reconhecimento facial com o de íris dependendo das condições de luz.
Eu particularmente uso um pouco do sensor de íris no dia a dia quando não posso tocar na traseira do aparelho, mas me sinto muito mais seguro com a digital que agora está em um lugar muito mais confortável.
Afinal, o reconhecimento facial desbloqueia o celular mesmo quando você está de olho fechado ou através de um espelho, o que pode ser mais perigoso.
A Samsung ainda dá opções bem legais de desativar a segurança em momentos específicos, quando o celular está perto de você, quando você está em casa ou coisa do tipo. Eles chamam isso de smartlock, e na boa, é bem funcional, te abre algumas possibilidades.
Esse mesmo incremento em câmera e sensores frontais possibilitou o Emoji AR, uma clara resposta aos Animojis da Apple. Outra coisa que ficou clara é que ainda faltam atualizações no sistema, já que seu bonequinho tem poucas opções de roupa e fica com o corpo estático.
Apesar de ser meio estranho eu achei legal que dá para você se aproximar bem da tela para criar algumas coisas legais. Desnecessário e longe de ser um fator de compra.
O Galaxy S9 também adicionou uma função de pressão sanguínea junto com o já presente sensor infravermelho, mas a única forma de usar é através do aplicativo My BP Lab, só que ele não é o mais certeiro dos equipamentos, já que ele pega sua pressão relativa.
Câmera traseira
Outra mudança foi no software de câmera que agora tem um sistema de seleção de modo de fotos muito similar com o do iPhone. Conforme você arrasta para o lado vai trocando. Os modos são basicamente os mesmos e os incrementos novamente estão associados com o hardware.
Deixa eu aproveitar para falar disso então. Porque o grande diferencial do S9 para o modelo do ano anterior é a sua abertura variável. Isso quer dizer que pela primeira vez no mundo dos smartphones temos um celular que em cenas claras diminui a abertura de luz para conseguir melhor definição e quando em baixa luz abre para conseguir captar mais luz.
Essa abertura maior de f/1.5 seria por si só uma evolução quando comparada com os f/1.7 da geração passada, mas poderia causar problemas em muita luz. A solução? Colocar tanto f/1.5 quanto f/2.4.
Como o sensor é basicamente o mesmo, com 12 megapixels, em alguns momentos eu achei a imagem muito parecida com a do próprio S8. O que fica perceptível é em momentos de baixa luz onde o S9 capta mais informação e trás um pouco mais de cores.
No dia a dia, parece que o balanço de branco é mais real e o HDR me trouxe resultados com um pouco mais de faixa dinâmica e menos saturação.
Diferente da geração anterior o S9 plus veio com uma segunda câmera com zoom de 2x e estabilização ótica no melhor estilo Note 8. Ela permite realizar o modo retrato que você consegue editar depois e tem uma qualidade legal em boa luz.
O modo retrato não evoluiu muito desde o Note 8 e demanda um pouco de habilidade para conseguir resultados legais.
Fiquei entusiasmado com o modo de vídeo de 1080p a 240 quadros por segundo, que vem em conjunto com o 4K a 60 quadros, mas foi o modo de super câmera lenta com resolução 720p a 960 quadros que me impressionou.
Pensei que ia ser um saco porque ele grava apenas 0,2 segundos. Para resolver isso, o próprio software de câmera detecta automaticamente o momento com maior movimentação e ativa a gravação.
Tanto o início como o fim do vídeo ficam em velocidade “normal” e podem ser editados posteriormente. Vale só comentar que nesse modo a imagem fica um pouco mais escura e na gravação 4k60 perde estabilização e dura até 5 minutos contra 10 minutos do 4k30. Para ligar o modo de slowmotion com 240 frames você precisa ir em configurações e adicionar.
Câmera frontal
A câmera frontal se manteve com 8 megapixels e é basicamente a mesma do ano anterior. Um ponto bom é a gravação em 1440p e o foco automático, mas o foco seletivo ou o modo retrato ainda estão bem ruins. Ele é pelo menos rápido, mas ruim, não pega meu cabelo de jeito nenhum.
Bateria
Em questão de bateria temos tudo igual ao ano passado com 3.000mAh para o modelo menor e 3.500mAh para o Plus. Segundo testes do pessoal do GSM Arena 84 horas para o S8 e 78 horas para o S9 naquele teste padrão deles.
No modelo Plus, passou de 88 para 86 horas, muito similar. Outros lugares também comentam sobre a bateria estar de parecida para um pouco pior nessas primeiras semanas, mas eu acho que não é muito não.
Eu tenho um S8 que sofre pra chegar no final do dia comigo, e o que testei foi o S9 Plus que já acaba o dia com uns 15 a 20%. Não dá para eu fazer um comparativo de dois modelos diferentes.
Conclusão
Apesar da Samsung não falar, fica muito claro que o S9 é um incremento. Algumas coisas que estavam mais ou menos como o leitor de digitais e o DeX foram melhorados, o aparelho recebeu um processador de 2018 e as câmeras ganharam funcionalidades.
Ele também melhorou o som e brilho da tela, mas você consegue se virar com um S8 que é tão bonito quanto e agora está com preço mais baixo.
Lá fora a Samsung ainda anunciou alguns benefícios para usar o S9 em empresas, coisa que não ficou muito claro aqui pro Brasil. Mas como estou falando de pessoa pra pessoa, o meu resumo é esse: incrementos legais, principalmente na câmera, mas nada que faça você gastar tanto a mais. Quando o preço baixar ou você precisar realmente trocar seu aparelho, vá de S9, senão, o S8 está aí e é ótimo.
Malu diz
Na verdade, gostei da resenha mas meu interesse é que celular comprar para gravar lives…..Samsung S9 ou Iphone 8. pode me ajudar? inclusive que tipo de microfone e estabilizador comprar.
grata