Esse é o Playstation 5, um console que dispensa apresentação. O que importa mesmo é que finalmente a nova geração chegou, e depois de jogar bastante – ao ponto de até atrasar um pouco esse review. Chegou a hora de ver se todo aquele hype era só marketing, ou se ele realmente vai ser o seu próximo console, seja em 2021 ou 2022.
PlayStation 5 (PS5)
- CPU AMD Ryzen Zen 8 Cores 3,5GHz
- GDDR6 de 16 GB
- SSD NVMe de 1 TB
- GPU AMD Radeon RDNA 2 com 10,3 TFLOPS
- Resolução de 4K até 120 FPS
- HDMI 2.1
- 30,5 cm x 9,2 cm x 26,0 cm (3,6 kg)
Design
Para começar, se tem um prêmio que o Playstation 5 ganha logo na largada, é no seu design. Ele pode não ser do agrado de todo mundo, mas é bem diferente, parece mais do futuro, com essa linha curva, e não tem o aspecto minimalista que o Xbox Series X propõe. O centro é o plástico preto básico, com LEDs azuis que me agradaram bastante.
Essas tampas parecem duas asas, que são removíveis inclusive, mas poderiam ter abas menos expostas, para justamente eu não precisar me preocupar tanto em elas quebrarem a cada movimentação que fazemos com ele.
Eu nem estou falando de levar em mochilas, já que ele é bem grande. Você vai precisar de uma bolsa grande para conseguir levá-lo. Pode ser até bom esperar pela versão mini, que deve demorar mais uns anos para aparecer, principalmente se o Xbox Series S mostrar uma tendência boa de vendas.
Os acessórios também seguem um design parecido, e, se o corpo está polêmico, o controle é algo que eu gostei bastante, e que inclusive, ajudou a diferenciar mais uma geração da outra, diferente do que aconteceu no Xbox, que praticamente só pintou o controle de branco e mandou para frente.
Controle novo
Além de design, o novo DualSense também trouxe funcionalidades novas. Ele é um pouco mais pesado, com microfone, touchpad e um feedback melhor, incluindo o novo gatilho adaptativo, que fica mais pesado ou mais leve dependendo das configurações do jogo. No começo, confesso que achei isso um pouco estranho e exagerado, mas depois de diminuir o peso, ficou bom, e acho que vira tendência daqui para frente.
Ele só tem dois problemas. Primeiro, a conexão com PC, por enquanto, não é tão simples quanto o da Microsoft, que por motivos óbvios tem suporte nativo, mas também tem um pessoal reclamando de defeitos no analógico, com o erro de drift, basicamente puxando para um lado, que pode atrapalhar bastante durante o jogo.
Geralmente esse tipo de coisa é um bug rápido e isolado, mas a gente resolveu comentar aqui porque não parece ser algo que acontece pouco, e vídeos desmontando o controle já até mostram possíveis origens desse problema.
É bom então dar uma olhada se isso já foi resolvido, e principalmente, comprar de uma loja que te ofereça garantia, para pedir a substituição, caso haja necessidade.
Preço e desempenho
Aliás, preço anda sendo um assunto complicado. Quando uma tecnologia acaba de ser lançada, geralmente ela vem mais cara, e é só lembrar das piadas lá do Playstation 4K, que era um absurdo por custar 4000 reais.
O PS5 chegou ao Brasil com uma conversão de dólar para real muito boa quando comparado com outros segmentos. Nesse início de linha, geralmente as marcas até perdem dinheiro na venda do console, tentando lucrar posteriormente com a venda dos jogos.
Ele veio em duas versões, com leitor de mídia física ou e sem (versão 100% digital). O primeiro saiu por R$4699 depois da redução dos impostos para o segmento e o apenas digital chegou a custar R$4199. Se você conseguir pegar com esse preço, faz todo sentido. Pagar mais caro do que o preço de lançamento é simplesmente complicado.
Mas vamos para o que interessa mesmo, que é a parte de dentro: a evolução do hardware. O PlayStation 5 utiliza processador baseado na arquitetura Zen, feito pela AMD, de 8 núcleos, com frequência de 3,5 GHz, e placa de vídeo RDNA 2, também da AMD, com 10.3 teraflops de velocidade.
São valores que por si só, não falam muita coisa, até porque o Series X entrega 12 teraflops. O ponto é que nessa geração, além da força bruta, existem vários outros componentes que trazem evoluções importantes e diferentes.
O impacto real de uma placa de vídeo mais potente ainda está difícil de quantificar. No Cyberpunk, por exemplo, o console da Microsoft é melhor, mas na maioria dos jogos bem feitos, é bem difícil encontrar detalhes que sejam claramente superiores no Xbox, e no geral, é impossível você colocar os dois lado a lado, e falar que um é bom e o outro é ruim. E claro, quando falamos de exclusivos, o PS4 sempre conseguiu oferecer bastante opção.
A CPU melhorou, a GPU melhorou e até as memórias melhoraram, e comparado com o Playstation 4, você nota que as texturas estão melhores, os cenários estão mais bonitos, e tem até a implementação de novas tecnologias, como o Ray Tracing, para criar aquele reflexo de luz verdadeiro e que é muito mais fluido e bonito.
Só que, o que mais me agradou nessa nova geração, foi que os jogos agora alcançam os 60 quadros por segundo. Em quase todos os títulos, você tem que escolher entre o melhor visual possível, ou o modo performance, que vai perder alguns desses avanços, mas na boa, pode ser que eu ache isso porque eu sou míope e não uso óculos, mas o ganho de fluidez é tão grande, que compensa qualquer perda mínima de detalhe que rola fora do modo de alta resolução.
No Homem Aranha, por exemplo, que você está sempre se mexendo, e tem mesmo uma proposta de fluidez, com o balançar da teia e os movimentos do personagem, eu confesso que não consigo jogar nem um minuto fora do modo de performance, mesmo que o jogo se beneficie bastante do Ray Tracing do modo de resolução.
Só que, é o que eu já comentei, mesmo que você perca isso para ter os 60 quadros, e os cabelos, o fundo e alguns detalhes fiquem um pouco piores, na resolução menor, para mim é tão pouca a diferença que nem mesmo fora das partes mais frenéticas, eu sinto falta dessa qualidade.
Só que a parte boa disso tudo, é que você tem escolha, então caso o título seja mais parado, ou você queira jogar a 30 quadros por segundo, pode mudar a opção e ter lá todo o benefício da alta resolução e o gráfico mais bonito.
Armazenamento
O PS5 pode te dar algo difícil de encontrar na geração passada, que são telas de carregamento curtas. Assim como foi no console da concorrente, uma das maiores novidades do PlayStation 5 é que ele ganhou um SSD NVMe, que é bem mais rápido, e corta uns bons minutos de espera da sua jogatina diária.
Aqui isso é um agravante ainda maior, pois a Sony ainda não tem uma versão própria do Quick Resume, que é o recurso do Xbox que segura uma porção de jogos abertos na memória. Lá, você não precisa, por exemplo, salvar o jogo antes de mudar para outro título, enquanto que aqui você tem que fechar um para abrir o outro.
Só que, eu passei um tempo usando o Xbox antes de vir para o PlayStation, e confesso que não senti muito essa ausência por aqui. E pode parecer que eu estou passando pano, mas é não é não, é só que, além de eu só me preocupar em jogar um título de cada vez, geralmente os jogos são cheios de salvamento automático, e o SSD já é tão bom, que você vai de um jogo para o outro bem rápido, então eu não vejo isso como uma baita desvantagem, a menos que, daqui há um tempo, os jogos comecem a demorar mais para carregar.
Outro ponto importante, é que o SSD mais rápido também ajuda na otimização dos jogos, reduzindo o tamanho total dos arquivos, já que os desenvolvedores não precisam duplicar os assets muitas vezes dentro da memória, para acelerar a busca por esses elementos.
Isso, pelo menos, foi o que a Sony contou para o mundo numa apresentação, só que até agora, nós não vimos os frutos desse salto tecnológico, pois os jogos atuais ainda estão praticamente do mesmo tamanho que antes.
Claro que, os títulos lançados até agora, foram feitos para o PS4, e melhorados para o PS5, então pode ser que no futuro, quantos os exclusivos da nova geração, começarem a aparecer, a gente veja uma queda mais brusca no tamanho dos arquivos.
Ainda nessa comparação das memórias das marcas, em quantidade, o Playstation também acaba perdendo para o Series X, pois ele possui 825 GB, contra 1 TB. Só que tudo indica que ele terá suporte à expansão dessa memória, pois você tem acesso super fácil a um slot padrão M2, que em teoria pode ser utilizado com qualquer SSD NVMe.
A informação que foi passada até o momento é que isso será algo que vai chegar numa atualização futura, e por enquanto, estamos todos limitados à essa memoria interna. Bom, vamos ter que esperar, só que seria muito bom que a Sony permitisse mesmo esse upgrade de forma fácil e barata, diferente dos Xbox, onde você está limitado aos SSDs vendido pela Microsoft, que são extremamente caros.
Interface e jogos exclusivos
Outro ponto que não chega a ser uma vantagem, mas eu gostei bastante, é que a tela principal ganhou cara nova, ficando bem mais bonita. Em vez de só copiar e colar o que tinha lá no PS4, agora ela é mais colorida, mais prática, e no geral, muito mais agradável de usar.
Só que não tem jeito, porque se tem um ponto que o PlayStation sempre leva a melhor é na quantidade e qualidade de seus jogos exclusivos, sem contar a grande seleção de jogos do passado, que agora estão na plataforma.
Logo no lançamento, você tem à sua disposição God of War, Demon Souls, Spider Man, dentre outros. Se vocês me permitem confessar uma coisa, até eu que me considero um jogador de PC, sinto falta de vários títulos que só aparecem por aqui.
Claro que tudo é preferência, e talvez um dia, o jogo chegue para o PC ou para o Xbox, mas tem vários títulos que não, e na hora de tomar uma decisão, se você compra ou não um PlayStation, o peso dos jogos disponíveis é sempre um dos mais importantes.
Só que a Sony precisa, e muito, melhorar os seus serviços de assinatura aqui no Brasil. O único disponível por enquanto é o Playstation Plus, que além liberar os recursos online, como partidas multiplayer e cloud saving, ele inclui alguns benefícios legais, como aquele que te permite jogar e até baixar para sua conta alguns dos melhores jogos da plataforma, além de descontos.
Tem também o Share Play, que te permite convidar um amigo online para jogar algo, mesmo que ele não tenha o jogo, mas no geral é muito pouco, comparado com os grandes benefícios do Game Pass, que tem uma biblioteca muito maior, incluindo lançamentos, te permite ter acesso aos jogos até no seu computador, e ainda inclui todos os outros serviços do Xbox.
Apenas lá fora que a Sony começou a implementar o Playstation Now, que aí sim tem um monte de jogo disponível, além de incluir os serviços de internet do Plus, então você não precisa dos dois. Ele também faz streaming de jogos, tanto no seu PlayStation, quanto num PC, então é algo mais próximo do que a concorrente oferece, só que sem precisar baixá-los para o console, e ainda libera os exclusivos para o computador – desde que sua internet seja boa suficiente.
A qualidade dos jogos no serviço pode não ser tão bom quanto do Game Pass, mas no geral é uma evolução. O problema é que ele não veio para o Brasil, e um serviço assim faz muito sentido por aqui, já que a nossa condição financeira não está tão legal, principalmente com os jogos cada vez mais caros.
Conclusão
O resumo está no prazer de jogar a 60 quadros por segundo, com gráficos melhores e nesse exato momento por um preço menor do que um PC de igual categoria, pode fazer o PlayStation 5 valer a pena, principalmente se você é o tipo de pessoa que adora os exclusivos da plataforma.
Mas é necessário ficar de olho no preço, já que ainda faltam jogos realmente feitos para a próxima geração. E vale ficar de olho na biblioteca de jogos e serviços como Game Pass e PlayStation Now que melhoram muito o cenário com o tempo.
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