Os Galaxy Buds+ são a última versão do fone de ouvido sem fio da Samsung, os TWS (true wireless), como gostam de falar lá fora. Eles vem com a promessa de bateria para o dia todo, mas será que essa nova geração de fones, principais concorrentes dos Airpods, valem a pena? O que eles melhoraram em relação ao modelo anterior? É o que eu vou te responder no review de hoje.
Samsung Galaxy Buds+
- Capacidade de bateria: 85mAh (fone) e 270mAh (case)
- Tempo de uso do fone: 11 horas
- Carregamento sem fio e USB-C
- Bluetooth 5.0 e Qualcomm aptX
- Sensores: Acelerômetro e sensor de proximidade
- Software: Galaxy Wearable (Android e iOS)
Construção e bateria
Com o lançamento da nova família de Galaxy S20, a Samsung também trouxe sua segunda geração de fones de ouvido bluetooth para o Brasil, mas agora, com esse Plus no nome.
Por fora eles são exatamente iguais aos da geração passada. A diferença é pequena, a ponto da pintura fosca que riscava e sujava com facilidade ter sido trocada por uma com aspecto brilhante ser basicamente a única coisa perceptível por fora.
O que muda mesmo está por dentro das pílulas – e eu comento daqui a pouco – já que a caixinha ainda tem informaçoes para serem passadas. Ela ainda consegue ser carregada por carregamento sem fio e USB-C, sendo capaz de dar uma carga completa nos fones ao invés de 2 a 3 como era anteriormente.
Isso nem importa muito, porque o tempo de bateria geral aumentou bastante. Com o Buds+ você consegue até 11 horas de reprodução contínua, um grande avanço frente às 5 ou 6 horas que a versão anterior fazia.
No ano passado eu testei os Pamu Slide e o que eu mais tinha gostado era o fato da bateria durar o dia todo sem que eu precisasse ficar voltando ele para a caixa. Então, o que a Samsung fez foi, pegar um ponto que muita gente criticava ou simplesmente via como motivo de comprar um fone novo e extrapolaram. Vai ser difícil ver alguém reclamando da bateria agora.
Se na bateria eles evoluíram muito, na qualidade sonora eu não percebi diferenças a ponto de justificar a troca de gerações. Não que o Buds+ seja ruim, mas é que o modelo anterior já era um fone bem equilibrado e com um áudio bem condizente com o público para o qual ele foi pensado.
Com a adição de mais um driver de som, eles conseguiram melhorar os graves, que antes era um pouco abafado e as vezes meio magro, sem potência. Foi uma boa evolução, apesar desses fones ainda não serem os mais indicados para audiófilos ou loucos por graves.
Você até consegue definir no aplicativo se vai querer uma reverberação mais grave ou mais aguda, mas independente disso deu pra notar que os fones não distorcem nem embolam as frequências.
Eu sinto que ele poderia ter um pouco mais de sub-graves, para você sentir um punch mais forte, mas o fato de você conseguir ajustar e às vezes até sobressair certas frequências nas configurações do aplicativo, é um ponto bem positivo de um fone de ouvido desse valor.
Aplicativo e funções extras
Ainda falando do aplicativo, ele é um grande aliado na experiência de uso dessa linha de fones. Inclusive, você precisa ter instalado o Galaxy Wearables no seu smartphone para tirar proveito de toda a experiência que eu comentei, e o bom é que ele está disponível tanto pra Android quanto pra iOS.
É nele que você altera também as funções extras que serão executadas através dos botões touch dos fones. Eu falo “extras” porque ele já tem o que a gente espera de um fone dessa categoria, então, tocando uma vez você pausa e da play na música, duas vezes avança a faixa ou atende uma chamada e três vezes retrocede a faixa.
O que a Samsung colocou como “extra” foi a função de apertar e segurar os pads. Você pode ajustar o que cada um dos lados vai fazer, mas você pode selecionar entre Comandos de Voz (Google Assistente ou a Siri), diminuir o volume do lado esquerdo e aumentar do lado direito, além de abrir e dar play na última música reproduzida no Spotify.
Essa última opção é fruto de uma parceria com o serviço de streaming que eu achei bem cômoda, porque uma vez que os fones estão conectados ao seu smartphone, não precisa tirar ele do bolso só pra dar play.
Uma outra função que pode ser ativada é a de “som ambiente”. Nesse modo, o Buds+ usa os dois microfones de cada lado para você escutar o que está acontecendo ao seu redor. Pode ser útil para quem anda de bike no trânsito ou quer ficar conversando na hora do treino da academia sem tirar os fones e ainda assim ficar atento ao que anda acontecendo ao redor.
No entanto, quando você está correndo com essa função ativa, o vento batendo no fone capta tanto ruído e chiado que acaba sendo inútil. A verdade é que o que a gente espera de um fone desse patamar é o cancelamento de ruído ativo. As borrachinhas até conseguem isolar muito bem os ruídos externos, mas para bater de frente com os Airpods Pro da Apple, por exemplo, ficou devendo essa função.
Um ponto que, de fato melhorou, com essa adição de mais microfones foi a captação da sua voz em chamadas e vídeos, um ponto que ainda é um calcanhar de aquiles para fones bluetooth, mas que ficou menos pior com os Buds+. Não é o microfone mais claro e com captação perfeita, mas está bem menos metalizado que os outros concorrentes do mercado.
Esses fones continuam tendo suporte ao Bluetooth 5.0 e compatibilidade com os melhores codecs de áudio do mercado, como AAC, Scalable e SBC. A estabilidade da conexão foi boa, chegando a manter a conexão mesmo quando eu estava a umas duas paredes e uns 8 metros do dispositivo. Mesmo não tendo um codec para reduzir a latência da conexão como o AptX da Qualcomm, ainda foi um ponto que não me desagradou.
Não é um fone indicado para jogos, até porque não encontrei nenhum que fosse até hoje, mas dá para ver um filme ou um vídeo super de boas, com um atraso praticamente imperceptível.
Conclusão
O Samsung Galaxy Buds+ é um fone de ouvido que entrega um conjunto muito bom. É muito confortável para usar, mesmo depois de longas horas. O design não é nada extravagante como um WF-1000 XM3 da Sony, chegando até a ser bem minimalista, como é o caso dos Airpods.
O aplicativo é bem completo, liberando funções e atualizando o firmware dos fones para melhorar coisas mais pontuais com frequência. Talvez o grande trunfo dos Buds+ seja entregar uma bateria muito extensa com uma única carga, já que o estojo não permite mais de uma carga.
Por fim, os Buds+ chegam no Brasil custando 999 reais, mas já pudemos ver ele sendo encontrado nos varejistas por menos de 700 reais, o que torna bem mais fácil a tarefa de indicá-lo para compra ou upgrade.
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