Há alguns anos o Galaxy Note era um “phablet” por ter uma tela de 5,3 polegadas, tamanho hoje que é até pequeno para a maioria dos padrões. É nesse contexto que o Xiaomi Mi Max 3 entrega um celular de 6,99 polegadas, um “monstrão” em tamanho que pode ter suas próprias utilidades. Grande ele é, mas será que vale a pena?
Design
A linha Mi Max sempre ficou conhecida por ser maior do que a média, mas na versão anterior ele tinha apenas 6,44 polegadas, contra os quase 7 da nova versão que tem tela mais esticada e melhor aproveitamento. A pegada não é de forma alguma ruim, já que os cantos são um pouquinho chanfrados e lembram muito o design da linha Mi A1 que já testamos anteriormente.
Claro, ele é grande e isso pode eliminar totalmente a possibilidade de você alcançar todos os cantos da tela sem usar uma segunda mão, mas para jogar, por exemplo, eu tive uma experiência extremamente agradável. Ele é maior do que o Nintendo Switch, que tem apenas 6,2 polegadas.
A construção, como eu comentei, é bem parecida com a de alguns modelos Xiaomi dos últimos anos e com o próprio modelo anterior, o Mi Max 2. Ela também segue o mesmo padrão de bandeja híbrida, saída de som na parte de baixo com uma qualidade bem mediana, entrada USB-C e leitor de digitais na traseira. É um celular bem completo e que felizmente ainda tem o P2 no topo para uma experiência multimídia mais completa.
Aliás, está aí um ótimo uso pra ele, já que a tela é realmente bonita e brilhante. Ela tem boas cores e contraste quando comparado com modelos intermediários e chega à um nível de brilho que não é de topo de linha, mas que já funciona no sol. Certamente uma tela OLED daria uma imersão maior no conteúdo, mas o IPS utilizado por aqui já me agradou bastante nas viagens de trem e metrô onde eu quis assistir uma série.
É engraçado que ele é grande demais para um celular e pequeno para um tablet, mas ainda cabe no bolso, o que facilita um pouco sacá-lo rapidamente do bolso e ser o rei da produtividade ou do entretenimento. Gostaria de comentar até que esse tamanho é perfeito para digitar com duas mãos. Achei que o Mi Pad 4 era bom, mas ainda tinha um esforço de alcançar as letras que não acontece aqui.
Desempenho
Na hora de jogar eu tenho uma noticia boa e uma ruim. Jogar em tela grande é ótimo e esse processador aqui, o Snapdragon 636 é certamente o intermediário que roda tudo, mas não roda no máximo. Jogar Arena of Valor foi legal, mas os gráficos mais baixos me incomodaram, afinal, estou acostumado a jogar no talo.
Some isso ao fato dele ter 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento em uma faixa de preço perto dos 1000 reais mais impostos, e poxa, está fazendo bastante sentido. A qualidade dos componentes é legal e já está com a MIUI 10, que traz um design bonito para o sistema e adiciona um pouco de funcionalidades, além de claro, manter o celular atualizado.
Como sempre, pra ter uma tela desse tamanho a empresa precisou investir em uma bateria maior e temos por aqui 5500 mAh, valor que para um celular um pouco menor seria overkill. No Mi Max 2 tivemos um tempo de tela de quase 14 horas, mas com o pouco avanço em capacidade enquanto a tela e o processador ficaram mais gastões, o Max 3 sofre um pouquinho mais, gastando 8% de bateria com 1 hora de vídeo, e 12% em 1 hora de Asphalt 9.
O interessante é que o aparelho já vem com um carregador de 18 W que o leva de zero a cem em pouco mais de 2 horas. Para um tamanho de bateria desse esse é um valor legal e me faz considerar usar o aparelho como um roteador portátil. Ah, vai gastar tudo isso pra ser um roteador? Calma gente, só estou pensando em utilidades para algo tão grande.
Câmera traseira e frontal
Até porque não vai ser a câmera que vai me chamar a atenção. Nem perto disso, mas é de intermediário da Xiaomi, e quando eu falo isso é porque todo mundo sabe que esse não é o foco da empresa.
A lente traseira de 12 megapixels e abertura f/1.9 tem um segundo sensor de profundidade de 5 megapixels que faz um modo retrato até que bem recortado. Cabelos mais “complicados” e em situação média de luz não vão ser bem recortados, mas de resto vai bem.
O HDR poderia ser melhor, porque ele ainda deixa algumas coisas escuras e o modo de AI está presente e ajuda em algumas cenas, mas claramente modelos com melhores processadores fazem melhor nesse quesito.
Na câmera frontal temos quase a mesma situação. Em boa luz os 8 megapixels do sensor vão bem e captam boas fotos. Eu até estava esperando menos, mas é só a luz cair que você começa a ter borrões aparecendo com maior frequência e bem menos definição.
Quando falamos em vídeo, o equipamento consegue gravar em 4K a 30 frames na traseira. Em 1080 você tem uma estabilização maior, mas o celular dá uns soquinhos e demora um pouco mais pra focar, o mesmo vale pra frontal, que não tem a melhor das estabilizações não. Pelo menos, diferente de outros modelos da Xiaomi não temos aquele microfone de batata, é um até que bom.
O grande resumo da conversa é o seguinte: as câmeras são OK. Usando bem o resultado pode ser legal. Fica de fora por aqui o NFC, carregamento sem fio e proteção contra água, então cuidado ao pegar uma chuva com ele.
Conclusão
O Mi Max 3 é um celular extremamente competitivo pelo seu preço, como o diferencial mesmo é ele ser grande, ou enorme, dependendo da sua mão, todas as outras características se tornam “medianas”, senão ele ia sair caro pra caramba.
Dito isso, ele é consistente em tudo, bateria, desempenho, câmeras, mas se você estiver procurando uma dessas características em específico, vai achar melhor em outros modelos.
Ton diz
Ótima análise, está fortalecendo minha escolha. Devido à bateria, tela (grande e sem notch) e preço estou optando por esse.
ESTEVAM ALVES diz
E a bateria dele, é realmente boa? O 4g e o wi-fi funcionam bem?
ESDRAS diz
Comprei esse aparelho e não me arrependi, o player de áudio poderia ser mais completo confesso. que nem o da LG, que possui até pitch.
Estevam Alves diz
E a bateria dele, é realmente boa? O 4g e wi-fi funcionam bem?
Thiago Monteiro diz
O meu dura 3 dias de bateria usando normal (não jogo e nem fico o tempo todo no facebook)