O aparelho mais baratinho da nova linha A da Samsung, o Galaxy A10, apresenta características para usuários que buscam apenas o uso mais básico: internet, redes sociais e tirar aquela selfie rápida. Com tantas opções atualmente no mercado e aparelhos antigos da própria marca ainda aparecendo com preços menores, será que ele atende esse público mais básico que está ficando cada vez mais exigente? São essas dúvidas que vamos tentar responder nesse review.
Construção e tela
Mesmo sendo o mais básico da linha, o Galaxy A10 tem características bem parecidas com seus irmãos da linha A e M, dentre eles o polêmico entalhe em formato de gota para reduzir as bordas e aumentar a proporção da tela. A construção em plástico que remete a vidro e a traseira extremamente clean e levemente chanfrada, deixam a pegada mais confortável.
Por falar em tela, essa continua sendo uma das principais características encontradas nesse smartphones, afinal ele tem uma área útil que é provavelmente uma das maiores dentro da sua faixa de preço.
São 6,2 polegadas com resolução apenas HD+ que não é nada incrível, mas a visibilidade já fica boa, apesar de suas cores ficarem um tanto quanto lavadas quando comparada com modelos mais caros, consequência do preço.
E claro, falta um pouco mais de brilho para conseguir enxergar bem em locais bastante iluminados. Se quer um aparelho para consumir conteúdo de forma barata, esse aqui está na frente disparado.
Assim como todos os aparelhos da linha A, que em seus modelos mais caros tem um plástico que mais parece vidro, o Galaxy A10 tem seu corpo em plástico brilhante que é bem bonito, não tendo aquele aspecto de plástico frágil, porém mais suscetível à riscos. Como a Samsung não inclui capinha na caixa é indicado comprar assim que possível para ele ficar mais inteiro com o uso.
Apesar de ser um aparelho que não parece tão de entrada, fica bastante claro seu posicionamento logo que descobrimos a falta do sensor biométrico, uma função que facilita muito na segurança do aparelho.
Como o Moto G7 Play e outros concorrentes até mesmo da Samsung possuem tal função, esse se torna um ponto fraco do aparelho. No fim, pelo menos substituíram tal função pelo desbloqueio facial, que até que funciona bem. Percebi que depois de algum tempo parado (com a tela apagada) ele demora um pouco para reconhecer o rosto, mas nada que incomode tanto no dia a dia.
Outro ponto que incomoda é o fato do seu alto falante estar localizado na parte traseira do aparelho. Isso lembra muito os aparelhos mais antigos da Samsung, e é incômodo, porque não só joga o som para longe de você como pode ficar um pouco abafado pelas mãos quando estiver sendo usando deitado para jogar ou assistir vídeos. Inclusive, dá para sentir a vibração do som na parte de trás. Em som, esse aparelho fica devendo, com um fone de ouvido básico que não traz uma boa experiência de som.
Para fechar as economias realizadas por aqui, nesse modelo não vemos entrada USB Tipo C, apenas o Micro USB, que ainda é padrão no preço, mas que poderia começar a aparecer, tal como está presente no Moto G7 Play.
Desempenho e software
Tal como sua construção, o hardware do A10 é também básico – não dava para pedir mais. Ele vem equipado com o processador Exynos 7884, que equivale ao Snapdragon 630/632.
Seu desempenho é mediano com jogos mais pesados (Asphalt 9, PUBG Mobile) sempre rodando em qualidade média ou baixa para uma experiência mais fluida. O PUBG Mobile deu umas travadas nas telas de carregamento ou quando havia muitos jogadores juntos.
Já no caso do Free Fire e do Brawl Stars que são jogos um pouco mais leves, o desempenho foi de mediano para satisfatório. Não notei nenhum travamento que me impedisse de me divertir jogando.
Sua memória RAM de apenas 2GB é provavelmente um dos maiores gargalos. Com ele, você consegue ver uns memes no Facebook,, conversar no WhatsApp, e pedir aquela comida no app de entregas, mas não tudo ao mesmo tempo. Pode dar algumas pequenas engasgadas, e também a maioria dos aplicativos precisará ser reaberto. Para uma experiência parecida mas com 1GB a mais de RAM, o Galaxy M10 pode ser uma opção.
O destaque, além da tela, fica para a OneUI que está bem otimizada no Android 9 e conta com várias funções legais, dentre elas o modo noturno, que particularmente é o que eu mais gosto. Além de mais bonito, esse modo aumenta a vida útil da sua bateria.
Vale lembrar que ter mesmo um celular de entrada com a última versão de um sistema operacional, traz uma experiência bem próxima dos topos de linha da Samsung. Isso significa que quando você puder fazer o upgrade para outros aparelhos da Samsung, sua experiência será praticamente igual em relação à interface.
Uma opção para ganhar um pouquinho mais de tela é a navegação por gestos, mas para mim não funcionou muito bem. Não achei prático e acabei optando pelos botões de navegação. Não é exatamente um problema do A10, mas sim do sistema da Samsung como um todo e acho que já reclamei disso em outros reviews.
Câmera
Apesar de serem simples, os sensores das câmeras de 5MP com abertura f/2.0 na frontal e 13MP com abertura f/1.9 na traseira, apresentam maior claridade nas fotos em locais bem iluminados, aos custos de maior nitidez. Essa é uma questão recorrente nas câmeras da Samsung, que aplicam bastante pós processamento para tentar manter a câmera boa em situações de média e pouca luz.
Quando a cena está totalmente estática, você pode se impressionar com os resultados desse processamento, principalmente no caso da lente traseira – e eu já sentia isso desde o J7 Pro. Mas é só ter um pouco de movimento que pronto, já sai borrado e granulado.
O mesmo vale para a câmera frontal. Ela até que me impressionou por ser um pouco melhor do que eu esperava para apenas 5MP. A exposição é razoável e parece que a empresa retirou um pouco do contraste excessivo que permeia alguns outros aparelhos. Ainda assim, é uma câmera de apenas 5MP, então não espere definição, principalmente longe do sol.
Com relação aos vídeos, o Galaxy A10 grava em Full HD tanto na frontal quanto na traseira. O seu foco não apresenta nenhum grande atraso ou coisa do tipo, , mas os vídeos ficarão tremidos devido à falta de estabilização.
Bateria
Como a maioria dos equipamentos da Samsung nesse último ano, o aparelho trouxe um pouco mais de bateria que a média. Os 3400 mAh são os mesmos valores encontrados no Galaxy M10. Essa capacidade, somada à tela apenas HD e um processador econômico fizeram com que no geral, eu chegasse no final do dia com cerca de 20% de bateria, desde que não abuse em vídeos e séries.
Infelizmente essa bateria maior vem com a desvantagem de demorar muito para carregar completamente, cerca de duas horas e meia devido ao seu carregador que infelizmente não é turbo.
Algo que me surpreendeu foi a ausência do sensor de digitais na traseira do aparelho, porém com alguns dias de uso, é facilmente substituído pelo desbloqueio facial que está rápido e preciso na maioria das vezes.
Conclusão
Para concluir, o Galaxy A10 é um celular extremamente básico, com bastante limitações, que qualquer usuário mais crítico vai sentir. Mas para quem precisa do básico, ele serve e basicamente tem mais pontos positivos do que negativos.
Mesmo assim, recomendo e muito que você vá direto no Galaxy A20, ou até mesmo com um Galaxy M10, que possui mais memória RAM. Se você já chegou até aqui vale investir um pouco mais para durar por mais tempo. Agora, se você realmente quer ou precisa pegar um A10, ele só vale a pena abaixo dos R$700,00. Se chegar perto dos R$600,00, está ótimo com 32GB de armazenamento, mas vai sofrer com os 2GB de RAM.
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