Lenovo Yoga S740: competitivo e fácil de indicar

A Lenovo acabou de apresentar o primeiro notebook do Projeto Athena da Intel aqui no Brasil, o Yoga S740, que é um notebook focado portabilidade, desempenho e conectividade. Com processador atualizado, inteligência artificial e mais algumas características bem raras, esse é um notebook que no mínimo vale a pena ser comentado, e é justamente o foco desse review.

---

---

Design e construção

Por aqui, o Yoga S740 entrega um corpo com 1,48kg. Ele continua leve o suficiente para ser levado em uma mochila e consegue ser utilizado no avião ou no ônibus. Mesmo assim, o mais doido é que nesse ponto, o S740 não é exatamente o melhor.

O LG Gram consegue ser mais leve, e o ZenBook 14 consegue ser menor e com um aproveitamento de tela maior, mas o S740 consegue se manter equilibrado, trazendo alguns outros ganhos que me importaram mais do que especificações de tamanho e peso.

O primeiro desses pontos é justamente o design e o acabamento. Na parte de fora, o S740 é bastante clean, com o logo da série apenas no canto superior da tampa e poucas linhas de corte.

A cor cinza chumbo me agradou bastante e na parte de baixo, tem outro ponto legal – os parafusos são expostos e os pezinhos, bastante firmes não precisam ser retirados para abrir a tampa. Fico super chateado de danificar os pezinhos quando abro o notebook pra mostrar seu interior ou fazer um upgrade.

A Lenovo tentou criar um pouco de ângulo ao deixar o suporte traseiro maior que o frontal, ajudando também na eliminação do calor. Prefiro a angulação levemente maior do sistema que a Asus e outros notebooks vem usando através da tela, que meio que vira um pezinho.

Na parte de dentro do notebook, temos o segundo grande ponto que me interessou bastante nesse notebook: as caixas de som voltadas para o usuário. Esse é um ponto que eu não só acho bonito como bem mais útil que as caixas voltadas para baixo.

Além disso, diferente de alguns outros modelos de entrada que adoram falar que tem som Dolby Atmos ou parceria com tal empresa de som, o S740 realmente tem um alto falante superior.

O Yoga S740 tem um ponto que pode ser bom ou ruim dependendo da sua necessidade. Além das 2 portas USB 3.1, entrada de fone de ouvido e carregamento, ele tem apenas uma entrada USB-C compatível com Thunderbolt.

Esse notebook também tem um teclado bem legal e que segue o padrão da Lenovo, com as bordas de baixo arredondadas. Acho interessante o fato de haver uma experiência parecida entre todos os modelos, colocando uma assinatura da marca.

No fim, esse é um teclado que me agradou bastante por conta do seu bom espaçamento e pelo tanto que suas suas teclas percorrem. Dizem que um design bom te faz esquecer que ele está ali. Acho que esse é o caso por aqui, embora eu ainda sinta falta dos botões de mídia.

O que poderia ter melhorado, ou pelo menos aumentado é o trackpad, que apesar de contar com todas as opções avanças de uso do Windows ainda é pequeno.

Tela e bateria

Com tudo isso em mente, chegou a hora de passar pelo próximo ponto alto desse equipamento que é a sua tela.

Tal como outros modelos desse segmento, o Yoga S740 conta com uma boa acurácia de cores. A tela IPS permite que você tenha bons ângulos de visão e pra ser bem sincero, eu gosto do fato dela ser reflexiva e brilhante, mesmo que isso torne um pouco mais difícil ficar de costas para uma janela.

O que ajuda é o fato de que por aqui chegamos a 400 nits, um valor consideravelmente mais alto que seus concorrentes, passando inclusive por modelos mais caros como o MacBook Pro 13. Isso me agradou tanto que mesmo com o consumo mais alto de bateria, usei ele o tempo todo com o brilho no máximo.

Aliás, acho que a gente pode começar a falar disso porque é outro grande ponto do S740. A Lenovo optou por colocar uma bateria de 52Whr, uma capacidade bem legal para esse tamanho de notebook.

Com as configurações no máximo, usando Wi-Fi e em alguns momentos Bluetooth, consegui mais ou menos 7 horas de utilização com o brilho no limite. Se você jogar para o modo de economia ele começa a limitar o processador e o brilho para passar um pouco de 10 horas e meia de uso.

Um ponto importante por aqui é o tempo de carregamento. Com o carregador que vem na caixa de 35W, é possível ir de 0 a 100% em menos de 2 horas, se claro, o notebook estiver desligado, mas com ele em uso esse tempo não muda tanto assim.

Como a Lenovo não utilizou um carregador único para esse modelo, eu consigo, por exemplo reutilizar o carregador do IdeaPad 330S que ainda temos por aqui. Com velocidade menor de carregamento, mas ainda é uma facilidade.

Desempenho e configuração

Outro ponto que ajudou bastante no gerenciamento de energia foi o processador de 10ª geração da Intel. O 1065G7 não tem apenas uma litografia menor, como capacidade de se manter em frequências menores durante tarefas mais básicas, o que ajuda na economia de bateria.

No modelo mais caro que testamos aqui, já temos uma placa de vídeo de última geração, a Intel Iris Plus, que promete ser até 24% melhor em renderização 3D e perto de 30% melhor em testes como o 3D Mark.

Para jogos, essa placa integrada melhor não adianta muito, já que temos em qualquer um dos modelos uma Geforce MX250 para segurar os frames de jogos mais simples, mas é nos ganhos com o Quick Sync no Premiere Pro e em outras aplicações de IA que essa placa integrada pode ajudar.

Como sempre, não dá para editar em 4K sem bons travamentos, mas o tempos de render para 1080p e 4K são até que bem condizentes. Com esse processador eu também tive muita facilidade em lidar com projetos 3D no Fusion 360 que ando utilizando para imprimir algumas coisas na impressora 3D.

Consegui mexer em projetos do Photoshop com pelo menos 15 camadas sem engasgar e fazer alguns renders de benchmark do Blender em um tempo até que aceitável para uma máquina que não é focada em desempenho.

No entanto, ele surpreendeu um pouco nos games. Com a MX250, eu consegui que Bloodstained funcionasse no 1080p com tudo no épico. Ori and the Will of the Wisps tem quedas abaixo de 30 frames em 1080p, mas é jogável em 900p ou 768p.

Todos os jogos indies 2D vão rodar, mas os mais conhecidos poderão ficar de fora, já que a MX250 utilizada por aqui esta travada em 15W e de forma alguma alcança todo o seu desempenho possível, já que a Lenovo também não quer deixar o notebook aquecer muito.

A parte de inteligência artificial desse processador também viabiliza outras aplicações: redução de ruídos em microfone, borrar o fundo em vídeo chamadas, melhorar imagens através de um software pago que usa IA para deixar tudo mais definido com mais velocidade, escolher alguns padrões de uso de bateria, e claro, algumas opções legais de acompanhamento de olhar.

Se você utilizar o S740 ligado a um monitor externo, você pode deixar o monitor com o qual você não está olhando barrado, segurar o alt para jogar uma janela de uma tela para outra só olhando, fazer com que seu mouse sempre esteja na tela que você está prestando atenção, e claro, te alertar se tem alguém atrás de você bisbilhotando.

Conclusão

Para ser bem sincero, eu gostei bastante do Lenovo Yoga S740 e acho que o preço do modelo i5 está bastante competitivo. Apesar do desempenho inferior, ele continua entregando todos os diferenciais desse equipamento. Uma tela excelente, som acima da média e bom desempenho de bateria, tudo isso em um pacote compacto.

Finalmente os notebooks Windows estão desenvolvendo bem o Project Athena, com características que antes a gente tinha de gastar uma boa grana para conseguir. Estou bem animado para os outros modelos do projeto que devem sair nesse e nos próximos anos.