A nova linha Aspire 3 (A315-41-R21B) é a casa dos notebooks mais equilibrados da Acer, trazendo boa mobilidade e um pouco de desempenho para você conseguir aproveitar um pouco mais do seu uso no “dia a dia”, como a própria marca gosta de colocar. Como uma das opções mais baratas do mercado e trazendo processores Ryzen, será que realmente vale a pena? Esse é o assunto do nosso review.
Acer Aspire 3 A315-41-R21B
- Processador AMD Ryzen 5 2500U
- 8 GB de RAM DDR4 2400MHz (módulo 8GB + slot vazio)
- HD de 1TB 5400 RPM
- AMD Radeon 535 com 2 GB GDDR5
- Tela de 15,6″ (1920 x 1080px)
- Wi-Fi 802.11ac e Bluetooth 4.2
- 2,4 kg
Preço de tabela: R$ 2.999,00
AMERICANAS ACER STOREDesign e contrução
O Acer Aspire 3 tem cara de um notebook mais simples, isso não dá para negar. Além de uma construção bastante plástica e bem robusta, que parece não ter se esforçado pra reduzir medidas, ele também não conta com LED nem nada muito chamativo.
Porém, ser simples não significa que precisa ser sem graça. A tampa e o corpo são todos texturizados, com ranhuras que remetem ao aço escovado, dando um estilo bem legal ao notebook que basicamente não faz nem muito mais e nem muito menos que os concorrentes diretos nesse ponto de design.
Temos também portas suficientes para suprir praticamente todas as necessidades, mas houveram alguns cortes de custo por aqui. No total são três portas USB, duas delas USB 2.0 e apenas uma USB 3.1, meio que te limitando a apenas uma porta para transferências de arquivo, algo que nem sempre é ideal.
Fora isso, ele trouxe a tradicional entrada combo de fone e microfone, junto do HDMI, que também é bem normal de aparecer. Como extra, por assim dizer, o Aspire 3 traz o leitor de cartões MicroSD e o RJ-45, duas entradas que já foram mais comuns e começaram a desaparecer nesses últimos anos com a presença de notebooks mais compactos.
Na verdade, o Aspire 3 também não é dos mais fáceis de levar por aí. São 2,4kg em um corpo até que grande, por culpa das bordas largas no entorno da tela. Não chega a ser um trambolho, mas ocupa um espaço considerável a mais que o Lenovo Ideapad S145 que é o menor da categoria e que tem quase 500g a menos.
Tela, teclado e trackpad
A tela também segue essa mesma lógica, com 15,6 polegadas e uma resolução baixa de 1366 x 768px. O painel ainda é do tipo TN, com performance inferior ao IPS, principalmente quando o assunto é ângulo de visão e fidelidade de cores, alcançando apenas 47% do espectro NTSC e deixando ele limitado apenas para uso comum.
Basicamente vai ser difícil você achar algo pior dentro dos notebooks baratos, já que tirando o Samsung Flash que possui uma tela acima da média, quase todos abaixo de 2 mil reais entregam um painel parecido.
Felizmente nenhuma dessas economias afetam de maneira negativa a usabilidade do notebook. O teclado tem as teclas baixas, mas eu gosto, além de ser ABNT, e com teclado numérico, recurso que tem se popularizado bastante recentemente.
O trackpad, por outro lado, eu considero a parte fraca da marca. Ele tem suporte aos gestos do Windows de até 3 dedos, porém os botões e a textura me incomodam. O clique é meio duro e o movimento não é tão fluido quanto em outros modelos.
Pode ser que o problema aqui seja só o fato de eu ter usado muitos modelos diferentes e perceber que ele está entre os piores nesse quesito, mas não significa que vai desagradar você. Na dúvida, nada substitui uma olhada rápida em uma loja.
Configurações e bateria
Não tive problemas em conectá-lo a rede Wi-Fi de 5,0 GHz aqui do estúdio, porém o Bluetooth não é dá versão mais nova, perdendo algumas funcionalidades, velocidade de transferência, e para os fones de ouvido sem fio, temos menos distância e estabilidade do sinal.
Essa é outra característica que só melhora mesmo quando você sobe para as linhas mais intermediárias, então eu nem esperava nada diferente aqui também.
Por outro lado, a Acer tem um diferencial em alguns de seus modelos que eu gosto bastante: fácil acesso aos slot de memória RAM e ao HD. Para evitar que você precise abrir a tampa toda do notebook, eles costumam disponibilizar algumas portas de acesso exclusivas.
Cada um deles ficam presos por apenas um parafuso, e a chance de você machucar o plástico mexendo só nessas tampinhas é bem menor. Como estão disponíveis dois slots para memória RAM, o ideal é tentar preencher ambos para não haver impacto de performance, caso seu modelo não venha com dois pentes de memória.
A única porta que também podia ter fácil acesso seria a do M.2. Para SSDs do tipo NVMe, parece que a empresa não coloca como prioridade e prefere cortar custos com um HD lento e que praticamente segura o notebook em termos de desempenho.
Aliás, esse upgrade é essencial. Sem ele o Acer Aspire 3 é um parto para ligar e para fazer algumas outras tarefas básicas por conta do HD de 1TB. Trocou, resolveu, pode confiar.
Nesse caso é mais rápido trocar o HD por um SSD comum, mas pode valer a pena pegar um SSD M.2 para conseguir deixar o HD para ter mais espaço.
Apesar do bom preço e possibilidades de upgrade, o que me pareceu ser uma desvantagem dessa configuração com AMD foi o consumo geral de energia do notebook.
Com uma carga completa consegui quase 4 horas e meia de trabalho, com brilho abaixo dos 50% e sem jogar nada. Apenas escrevendo o roteiro e, ocasionalmente, pesquisando algo no YouTube ou no Google.
Foi um tempo menor quando comparado com outros equipamentos com capacidade de bateria e configuração similar. Esperava conseguir passar um pouco das 5 horas pelo menos, mesmo ele usando a placa de vídeo dedicada AMD Radeon 535 com 2 GB GDDR5.
Felizmente ele não chega a esquentar horrores, alcançando 50 graus apenas em um ponto bem pequeno embaixo da carcaça, que não necessariamente impossibilita de utilizá-lo no colo, quando não está sendo alimentado pela fonte.
Na parte de cima, o foco é todo longe de você, e mesmo lá, a temperatura estabiliza em 40 e 45ºC, enquanto que o resto parece que não passa dos 30ºC. Isso tudo é bom principalmente para evitar o throttling do processador, e realmente você não sente uma perda de performance durante longos períodos de tempo.
Desempenho
Uma área que foi beneficiada pela escolha do processador AMD foi a de games. É possível, nessa linha Acer Aspire 3 escolher entre um Ryzen 3 2200U ou Ryzen 5 2500U. Ambos ficam à frente dos Intel de sétima geração que o Aspire 3 anterior utilizava, basicamente empatando com os i3 e i5 de oitava geração nas tarefas específicas da CPU.
Quando o assunto é desempenho de placa integrada, a AMD fica bem distante na dianteira. A Vega 3 e Vega 8, presentes nesses processadores, são mais potentes que a Intel UHD 620 utilizada pelos seus concorrentes diretos.
Considerando mais especificamente o modelo que temos aqui, com Ryzen 5 com a Vega 8 integrada, os quadros por segundo de alguns jogos chegam a duplicar ou até triplicar em alguns casos, sem contar a qualidade do gráfico que pode ser melhorada.
O Aspire 3 traz opções com placa dedicada, e nesse caso temos a Radeon 535 instalada nesse notebook. Ela é um pouco mais fraca que a MX110 da Nvidia e ambas servem mais para desafogar a CPU e desalocar memoria RAM, ao invés de ser algo focado em jogos.
Nós chegamos a desligar a placa dedicada para alguns testes e pelos resultados, dá para dizer que não tem muito problema você optar por um dos modelos só com a Vega 8 caso queira economizar, até porque essa não é uma máquina gamer, e você vai ter dificuldades em jogos mais novos.
Pelos nossos testes, o Outer Worlds ficou com jogabilidade bem abaixo do que eu considero usável. O próprio GTA V ficou no limite para conseguir uma textura alta, utilizando praticamente todos os 2GB de memória da GPU, mas deu para jogar de boa, sem muitas travadas.
No Premiere, infelizmente, o Aspire 3 falhou miseravelmente para ser bem sincero. A culpa ficou dividida entre a falta de um SSD e nas peças mais básicas, deixando praticamente inviável tentar editar qualquer projeto mais complexo nesse notebook. O foco fica apenas para vídeos em Full HD e com pouca pós produção, principalmente depois de colocar um SSD.
Conclusão
O Acer Aspire 3 é um básico bem consistente que quando está em promoção faz um estrago ao trazer boas configurações abaixo dos 2 mil reais. Ele poderia ser um pouco menor e a tela apenas HD com painel TN incomoda depois que você experimenta algo melhor, mas dificilmente conseguirá algo melhor.
Ele não é forte, nem rápido, mas pode ser uma opção legal para quem não busca potência e sim usabilidade no dia a dia e quem sabe um jogo bem leve para rodar em seus modelos mais potentes.
O modelo com processador Ryzen 3 acaba sendo apenas para uso comum, enquanto o Ryzen 5 com placa de vídeo dedicada e upgrade de SSD começa a poder ser mais indicado para quem precisa de um pouco mais de potência e não quer pagar muito.
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