O Samsung Odyssey 2 é a segunda versão do notebook gamer da marca, que de um ano para o outro não só recebeu um upgrade de desempenho, mas de categoria de produto, construção e uma bem vinda redução de tamanho.
Samsung Odyssey 2 (NP850)
- Processador Intel i7-9750H
- 16GB DDR4 2666MHz
- 1TB HD + 512GB SSD NVMe
- NVIDIA GeForce RTX 2060
- Tela de 15,6″ 144Hz G-Sync (1920 x 1080px)
- 802.11ac e Bluetooth 5.0
- 2,49 kg
Preço de tabela: R$ 8.999,00
FAST SHOPMelhorias como essa tiram o equipamento de um mercado competitivo de baixo preço onde as diferenças são pequenas e o coloca em um patamar mais alto, que até o momento estava difícil de encontrar aqui no Brasil. Nós estamos com o modelo topo de linha em mãos para te falar se o Odyssey 2 NP850XBC-XG1BR vale realmente a pena.
Construção
Dessa vez os materiais escolhidos para a montagem desse notebook me impressionaram. Não que o Odyssey fosse ruim, porque o layout com escamas de dragão na sua base era bem estiloso, mas a verdade é que você tinha uma pegada mais “plástica”. O Odyssey 2, por sua vez, é todo feito em metal e, apesar de fino, é bem mais pesado do que parece, chegando a 2,4 kg.
Ainda assim, o transporte é facilitado pelas dimensões reduzidas, que permitem colocar o notebook em qualquer mochila, algo que não era possível no modelo anterior. O Odyssey 2 também ganhou uma cara bem única graças à dobradiça centralizada que deixa um vão embaixo da tela, parecendo um monitor. O problema desse mecanismo é que a tela entorta um pouco quando pegamos na borda, então acaba tendo essa desvantagem de parecer menos durável.
O teclado agrada, ainda mais por vir no padrão brasileiro (ABNT), com teclas baixas e retro iluminado. Parece uma influência direta do Style S51 Pro que testamos por aqui. A adição do teclado numérico ajuda na produtividade e temos visto em vários modelos recentemente.
O touchpad é outro grande ponto de atenção. Ele cresceu, manteve a qualidade e ainda possui um grafismo. Tem hora que eu gosto dele e tem hora que eu acho brega, depende do dia. Nesse ponto, vai depender unicamente do seu gosto.
No geral, o que mais me impressionou foi o corpo reduzido. O teclado quase bate nos cantos, e a própria tela é quase sem bordas. Fizeram um milagre ao conseguirem colocar 4 portas USB, sendo umas delas do tipo C e com Thunderbolt, pelo menos nessa versão mais completa do Odyssey 2.
Além disso, eles conseguiram ter espaço para o HDMI e para a internet. Tudo foi bem aproveitado e na boa, ele é até um pouco menor que o Legion Y530 que eu já achava compacto. Então não existe no Brasil um gamer tão pequeno quanto ele, já que o Razer Blade não vem pra cá de jeito nenhum.
Apesar de legal, essa redução de espaço interno me deixou bastante preocupado, já que o Odyssey de primeira geração esquentava bastante na região das teclas WASD e sofria um pouco de throttling. Por isso, foi uma grata surpresa quando além de alguns resultados melhores que já falamos mais pra frente, descobrimos que o calor ficou mais centralizado, em vez de justamente acima da tecla W. A temperatura passa um pouco dos 40º C em jogatinas mais pesadas. Ele esquenta, mas a nova distribuição de calor já é o suficiente para deixa-ló bem mais suportável.
Ela começa com um grande número de entradas e saídas de ar, distribuídas por basicamente todos os lados do notebook, puxando ar da frente, e expelindo para longe do usuário. A magia de verdade pode ser observada quando você abre a tampa – que poderia ser mais fácil de abrir. Lá dentro, os dois coolers dispostos nos cantos, em vez de grudados no meio, são capazes de distribuir o calor de forma mais inteligente, e os 5 heat pipes ajudam na dissipação. Dessa forma, o Odyssey 2 rapidamente estabiliza a temperatura e você pode jogar por horas, sem sofrer com throttlings desnecessários durante o uso.
Configurações
Por aqui você encontra ainda dois slots para memoria RAM, dois para SSD m.2 NVMe, e a entrada SATA. A forma que eles vem preenchidos varia um pouco, começando com apenas um pente de 8 GB de RAM mais 1 TB de HD, na versão mais barata, subindo para 16 GB dual channel, e um SSD NVMe de 512 GB, e com velocidades de transferência que chegam aos 3 GB/s, e acompanham o HD de 1 TB, na versão mais cara.
Cada modelo também traz configurações de hardware diferentes para o Odyssey 2. As duas mais baratas trazem o i5-9300H ou i7-9750H, ambas com a GTX 1650. Certamente não são conjuntos fracos, mas o real atrativo por aqui é a versão mais cara, com o i7-9750H e a RTX 2060.
Outro diferencial da versão parrudona é a tela. Ela certamente é muito bonita, tem resolução Full HD, brilho alto e alcança 95% do espectro sRGB. Também é bastante customizável, com algumas pré configurações para jogos, que deixam as cores mais vibrantes em RTS, para diferenciar melhor entre as suas unidades, ou iluminam as áreas escuras em FPS, para ver melhor quem está escondido.
Só aí ela já é uma baita de uma tela, mas essa versão mais cara ainda trouxe a taxa de atualização de 144 Hz, capaz de deixar todo tipo de movimentação mais suave, desde o desktop do Windows até os jogos. Tudo isso sem tearing, já que o monitor também tem suporte a G-Sync.
Desempenho
Nessa configuração, um GTA V consegue se beneficiar bastante da taxa de frequência alta, já que esse notebook consegue tranquilamente passar dos 120 frames em jogos mais antigos. Entre os mais novos, o Forza Horizon ficou numa média de 90 quadros por segundo, enquanto que no teste do Gears 5, a taxa média ficou em 75 quadros. Até deu pra arriscar um pouco de Outer Worlds em 4K na TV, passando dos 60 quadros sem problema algum.
Para melhorar, o Odyssey 2 continua trazendo o Beast Mode, que você acessa pelo Odyssey Control, mesmo software utilizado para ajustar o monitor e ligar o Dolby Atmos, que dá uma melhorada no som, deixando o volume bem alto sem distorcer. Voltando para o modo de alto desempenho, o Gears 5 e o Forza ganharam quase 20 frames, subindo para uma média de 90 e 113 quadros por segundo, te permitindo aproveitar a frequência alta do monitor até nos jogos mais pesados e tornando essencial o uso desse modo.
Ele funciona basicamente dando uma tunada na frequência da placa de vídeo, para deixá-la com desempenho próximo da placa de desktop, e segura a velocidade do processador lá no alto. Por sorte, nós testamos o novo Legion Y540 junto do Odyssey, e os dois basicamente tem o mesmo desempenho quando o modo está desligado, meio que comprovando que o Beast Mode realmente melhora o desempenho por uma boa margem.
Como você pode imaginar, a temperatura sobe ainda mais rápido nessa condição, o que o modo resolve colocando as ventoinhas na velocidade máxima, o que torna o ruído alto e algo bem incômodo. O problema é que até no modo normal o notebook é barulhento.
Eu sei que é normal notebooks gamers terem esse “problema”, mas senti que aqui é até pior. Teve vezes que eu estava apenas escrevendo um roteiro e ela acelerava. Para não atrapalhar em momento algum, você precisa de um fone e deixar o volume do jogo ou da música alto. Confesso que não era o fim do mundo, mas o Odyssey 2 poderia ter herdado também o modo silencioso do Odyssey Z, que agia de forma contrária e dava uma acalmada na CPU e placa de vídeo, aumentando também a duração na bateria.
Para finalizar os testes de software, rodamos também o Premiere Pro, nossa ferramenta de edição aqui para nosso canal do YouTube. A linha do tempo rodou vídeos em 4K tranquilamente em 1/8 da resolução, e o tempo de render foi até que bom, renderizando um vídeo 4K de 5 minutos em 28 minutos, e um vídeo Full HD, também de 5 minutos em 6 minutos. Apenas os nossos PCs de mesa que andam conseguindo resultados superiores.
Vale comentar que o Odyssey 2 não é uma boa solução caso você precise de um notebook verdadeiramente portátil, para usar em qualquer lugar. Meu tempo de uso no modo econômico do Windows ficou entre 3 e 2 horas e meia na bateria de 54 Watt-hora, isso só trabalhando, sem jogar nem nada. Também nem valeria a pena tentar rodar algo assim, porque o desempenho cai bastante e a RTX 2060 realmente precisa da fonte de 160 W para se manter.
Conclusão
Com tudo o que falamos acho que dá para falar que o Odyssey NP850XBC-XG1BR é realmente um dos melhores notebooks gamer aqui do Brasil, ou pelo menos, um dos mais completos.
Tela de 144 Hz com boas cores, RTX 2060, Thunderbolt, software bem completo, ótima construção e dá para dizer que ele até que é portátil. Acho que foi realmente a melhor experiência que eu tive até hoje com um notebook gamer.
Manter o desempenho alto sem aquecer como na versão anterior, acaba por deixar esse modelo aqui um pouco mais barulhento do que eu gostaria, além do som dele não conseguir superar esse barulho um pouco mais alto. Esse é o ponto que, nesse caso, precisamos abdicar para ter um desempenho nesse nível.
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