O Samsung Style S51 Pro é o primeiro notebook topo de linha da Samsung que me balançou forte. Com o intuito de agradar um novo público focado na produção de conteúdo, ele alia construção e tela de boa qualidade com portabilidade e desempenho, mas sem investir muito em alguma característica específica.
Não é que a Samsung não tenha tentado realizar esse misto de desempenho e portabilidade anteriormente, mas sabemos que na ideia de deixar tudo extremamente compacto e leve, as últimas gerações do modelo Pro pareciam mais baratas e em alguns momentos, menos preparadas para encarar o fluxo de trabalho mais demandante de alguém que topa pagar mais de 8 mil reais em um notebook.
Construção e tela
Acho que a primeira parte que passa uma cara mais “robusta” para o novo Style S51 Pro é o fato dele ser mais quadrado. Eu realmente acho que aqueles modelos antigos arredondados e o S51 Pen são mais bobinhos, felizes, jovens, mas claramente não os deixa com cara de potentes.
Quem sempre acompanha os lançamentos deve se lembrar do Style S51 Pro do ano passado, que basicamente era outro notebook, com outras intenções, menos potente, mais leve e tudo mais. Lá fora eles tem até nomes diferentes, mas aqui é fácil confundir porque não tem nenhuma nomenclatura que os diferencie.
Uma das grandes mudanças perante o ano passado é a cor. O modelo é mais escuro, tem quase a cor de um terno, super sério, justamente para combinar com um ambiente de trabalho formal, onde você não vai ter vergonha de usar ele na reunião ou no seu escritório. E claro, tivemos mudanças óbvias, que nos remetem a outro notebook bastante usado por produtores de conteúdo.
Primeiro, temos um trackpad bem maior do que na geração anterior e na maioria dos notebooks. Ele já vem equipado com todos os gestos e, sendo bem sincero, é um dos trackpads Windows mais confortáveis – não senti atrasos em inputs iniciais e a transição foi extremamente boa. O Zenbook 14 passou a me incomodar bastante depois de passar uma semana com esse notebook aqui, o que mostra que ele é melhor.
O teclado é o segundo ponto que foi alterado. Temos agora teclas mais baixas, que percorrem bem menos espaço. Eu sempre digo que também gosto desse tipo de teclado, mas sabemos que quando a Apple fez essa alteração em sua própria linha, pouca gente gostou.
Essas duas características, teclado e trackpad me remeteram muito ao MacBook Pro – de uma forma boa, claro. Todo notebook poderia ter um trackpad maior e esse teclado baixo funciona bem, mas não sabemos se a Samsung terá os mesmos problemas que a Apple com ele. Se no médio prazo tudo correr bem, ponto para a Samsung por fazer tudo direito.
O chanfro na parte frontal para abrir o notebook com uma mão só e o leitor de digitais são outras duas características que me levam ainda mais para as lembranças do MacBook, mas devo dizer que nessa última característica, o modelo novo leva a melhor. O local em que o sensor para leitura de digitais está posicionado é muito mais cômodo e o fato de estar em azul deu um certo estilo para o aparelho.
Uma coisa que me incomodou no teclado no entanto foi o quanto ele reteve da oleosidade dos dedos. Logo no começo, após algumas horas de uso, já apareceram marcas nas principais teclas, mesmo eu estando com as mãos limpas. É normal que isso ocorra com qualquer teclado no longo prazo, mas aparecer assim, no primeiro dia, me incomodou – isso melhorou um pouco com o tempo.
Ainda pelo corpo, você encontra uma variedade mediana de entradas, no lado direito temos uma porta USB 3.0 e o leitor de cartão de memória, e na direita outra USB 3.0, uma Tipo C, a entrada HDMI e a Ethernet Gigabit.
Porém, acho que o mais importante pra mim foi o fato dele ter uma tela de 15,6 polegadas com um corpo menor, que cabe na minha mochila. O Dell G7, que vira e mexe eu uso para comparação, não entrava em uma mochila menor que tenho por aqui de forma alguma.
Esse, com seus 375 por 255 milímetros, num perfil bastante fino, não só me agradou bastante, mas também adicionou praticidade ao meu dia a dia, me sentindo mais enxuto, por assim dizer.
A tela vai um pouco melhor do que a média. O painel LED Full HD tem qualidade comparável a modelos mais caros que esse, chegamos em níveis perto de 90% do espectro sRGB de cores e taxa de contraste de 500:1.
Apesar de bons, esses valores podem não ser o suficiente para trabalhos mais sensíveis a cor, como fotografia e edição de vídeo, mas para isso você geralmente precisa de um monitor mais robusto, então não vejo como um ponto negativo.
O brilho, no entanto, não é dos mais intensos, registrando apenas 212 nits em nossos testes. Não dá para ficar em uma área um pouco mais iluminada. O acabamento fosco tenta ajudar um pouco, mas eu sinceramente me incomodei enquanto jogava nele contra a janela do estúdio.
Hardware
Por dentro, temos um conjunto de hardware até que bem interessante. São 16GB de memória RAM e processador Intel i7 de oitava geração, que trabalham em harmonia com a GTX 1650 Max-Q. Durante uma sessão mais longa jogando, a temperatura interna não passou dos 75 graus, graças ao bom sistema de resfriamento e às configurações que seguram bem o desempenho para que o notebook não se exceda.
O calor no geral não é incômodo, mas em testes de estresse ele registrou temperaturas próximas dos 40ºC na região das teclas WASD, e aumentando até 50ºC ali perto da tecla “L”. O colo também fica quente, mas dá para aguentar.
Outra “ajuda”que ele recebe para não esquentar tanto é a placa de vídeo voltada a eficiência energética, sinalizada pela marca “Max-Q”. São dois sacrifícios no desempenho para garantir longevidade, que eu até que concordo com a implementação, já que você não quer gastar uma grana preta e ter um produto que vai falhar super rápido.
Com isso você terá um desempenho um pouco inferior quando comparado com a 1650 comum, mas eu particularmente só tive dificuldade em momentos específicos e em texturas, que demoram um pouco mais para carregar.
No Gears 5, por exemplo, você consegue jogar tranquilo a 60 frames por segundo em configuração média proposta pelo software da NVidia, mas nas cutscenes e em locais mais abertos o fundo parecia de papelão. Tive resultados próximos em Shadow of Tomb Raider, com a mesma demora para carregar texturas, só que também se mantém numa taxa boa de frames na configuração média. Já GTA V, que é mais antigo mas continua sendo um dos preferidos da galera, roda até que bem lisinho no máximo. Isso não quer dizer que ele é super gamer, mas você consegue levar na boa a maioria dos jogos.
Quando pensamos nos editores de vídeo, o S51 Pro até que me impressionou. Num teste rápido de render, com um vídeo simples, ele precisou de uns 3 minutos a mais que o nosso antigo notebook da Dell que nós usávamos aqui para trabalhar, mas que é um baita de um trambolhão.
A timeline não fica tão fluida na edição em 4K no Premiere Pro, e sim, ele perde alguns frames, mas o Intel i7, com a placa de vídeo integrada habilitada, te possibilita um desempenho até que legal.
Para resumir, essa não é uma super máquina de edição, nem gamer, mas se você quer jogar algo entre League of Legends e GTA, e precisa de algo para Photoshop, quer editar vídeos em 1080P e até 4K sem uma baita pressão de velocidade, o Style consegue te suprir bem.
Bateria e peças
Sem forçar muito a barra em brilho e em Bluetooth, escrevendo texto, vendo vídeos, consegui cheguar perto de 4 horas de uso. Com o modo de economia provavelmente mais, com funções demandantes, provavelmente menos.
Esse número pode cair mais drasticamente ao mudar configurações e ao utilizar softwares mais demandantes, mas claramente o S51 Pro tem mais tempo de uso do que notebooks focado em jogos. É fácil transitar entre funções mais simples com mais tempo de uso e trabalhos um pouco mais pesados, mas talvez você não consiga finalizar aquele vídeo sem precisar se ligar na tomada.
Outro ponto que me agradou foi o tamanho da fonte reduzida, e eu quero dizer o tamanho físico mesmo. Ela possui 45W de potência e ainda ocupa uma área bem menor do que a do Dell Gaming que temos por aqui.
A sobra na carcaça deu espaço para uma entrada para um SSD Sata, que vem vazia, além de dois espaços para M.2. Uma delas já vem ocupada com 256GB, o que pode ser pouco, dependendo do seu fluxo de trabalho, mas é relativamente fácil de expandir.
O único problema aqui é na memoria RAM, onde apenas um dos slots não é soldado, tecnicamente te limitando a 16GB, já que utilizar dois módulos de tamanhos diferentes não vai funcionar do jeito que você espera, e provavelmente seria pior que os 16 de fábrica. Essa escolha foi feita, provavelmente, por falta de espaço, mas a verdade é que ter apenas uma memoria disponível é quase irrelevante, já que ela só deveria ser trocada em casos de manutenção.
Conclusão
Sinceramente eu curti demais o S51 Pro 2019. Ele vem para complementar um mercado meio esquecido aqui do Brasil que são notebooks portáteis e potentes. O mercado de portáteis para produtividade sem placa de vídeo, já recebeu mais modelos nesse ano e acho legal esses equipamentos com foco em produtores de conteúdos e profissionais começarem a pipocar por aqui.
Achei que ele acerta mais do que erra com seu design sóbrio, compacto e com um desempenho que faz sentido para um produtor de conteúdo que como eu não edita todos os seus vídeos e que não precisa de tanta velocidade, e que ali no final do dia ainda quer dar uma jogadinha com o equipamento que estava na mochila.
Mas ele não é incrível em nenhum ponto específico, ao mesmo tempo em que o preço de 9 mil reais no lançamento impressiona, mas de uma forma errada, já que existem equipamentos com tela melhor por menos, com mais desempenho ou até mesmo com mais bateria também por menos. O problema, é que nenhum deles vai trazer um conjunto completinho com portabilidade.
Leandro diz
Para programadores é uma porcaria. Não tem nenhuma tecla para digitar o “pipe” no layout em português.
JP diz
\ = Alt + 92
| = Alt + 124
Pedro diz
Eu comprei ele e não me atentei desse de detalhe. Pior que sou desenvolvedor. Complicou a vida agora rsrsrs. Ficar usando combinação para || é dose!
Thyago diz
Será que vale a pena trocar um Inspiron 7567 por esse Samsung?