O Galaxy A9 foi uma grande surpresa não pelas suas 4 câmeras, seu grande diferencial perante o Galaxy A7 2018, mas principalmente por conta do seu preço. A ideia desse comparativo é colocar os dois modelos frente a frente para justamente checar se vale a pena pagar mais caro e o quanto vale pagar.
Design
Começando pela construção, o A7 está disponível nas cores azul, preto e cinza, e conta com uma traseira de vidro além de uma armação lateral de plástico. É um celular bem bonitinho, mas não chega a ser um padrão premium. O Galaxy A8, modelo anterior da linha, parece mais caro que ele, mesmo já estando mais barato.
O A9 por sua vez quer chamar toda atenção nas cores azul ou rosa degradê e preto. Nos dois primeiros casos, as cores foram altamente inspiradas em alguns aparelhos chineses. O principal avanço aqui é na lateral em metal que dá uma pegada mais “cara” por assim dizer.
Em pegada os dois são parecidos. Ambos são basicamente enormes e disputam espaço no topo da lista dos maiores celulares lançados até hoje pela Samsung. São 162,5 milímetros de comprimento e tela de 6,3 polegadas no caso do A9 e 159,8 milímetros de comprimento e 6 polegadas para o A7.
O tamanho fica ainda maior por conta das bordas bem largas dos aparelhos – tanto no topo e base, como nas laterais – não acho que dá pra chamar o design frontal desses aparelhos de atual. Para mim, que prefiro celular que cabe na mão, os dois passam um pouco do limite do conforto.
A tela é um ponto interessante, pois elas são praticamente iguais, até parecem ser a mesma. Ambas utilizam tecnologia Super AMOLED no painel, resolução Full HD e proporção 18,5:9. No caso do A7, a qualidade dela valoriza bastante o aparelho.
Porém para o padrão topo de linha que o A9 quer passar, ela é um pouco inferior quando olhamos para o que outros topo de linha oferecem, até mesmo pensando em outros modelos da própria Samsung da linha S. Basicamente tem coisa melhor pelo mesmo preço do A9.
Em questão de entradas, os dois também estão bem semelhantes, tanto em quantidade, quanto na disposição de tudo. Os dois possuem P2, que fica na parte inferior, ao lado do alto falante mono e da entrada USB, que é do tipo C para o A9 e o antigo micro USB-B no A7.
As bandejas de chip são triplas mas em lugares diferentes, só que a mudança que eu menos gostei foi o leitor de digitais ter voltado para as costas do aparelho no A9, em vez de ficar na lateral, igual o A7. Essa posição junto do botão de ligar a tela é um pouco estranha no começo, principalmente para os canhotos como eu, mas como você já pressiona o botão de home para ligar o celular, nada mais cômodo que a digital já ser analisada por ali.
Existe também a opção de desbloqueio facial, que é aquele bem simples mesmo, sem nenhum sensor auxiliar para aumentar a segurança. O que acompanha a câmera de selfie na borda superior é o sensor de luz ambiente e, no caso do A7, a luz do flash.
Desempenho
No hardware os dois aparelhos começam a se distanciar. O A9 possui apenas uma versão de 128 gigabytes de armazenamento, 6 de RAM e utiliza o snapdragon 660, enquanto que o A7 possui versões de 128 ou 64 gigabytes de armazenamento, 4 de RAM e o Exynos 7885, produzido pela própria Samsung.
Os testes de benchmark mostram que o A9 ficou de 10 a 20 por cento na frente do A7, um salto até que pequeno de performance, e que é sentido apenas na adição de algumas funções que já falamos mais pra frente.
A verdade é que os dois são basicamente celulares intermediários bem semelhantes – vai ter de exagerar bastante para o número maior de RAM não permitir que os aplicativos em paralelo sejam fechados e dificilmente algum jogo vai rodar diferente entre eles, mesmo que os números do teste mostrem uma leve vantagem para o A9.
Câmera frontal
Como quase toda a atratividade desses aparelhos são as câmeras, bora começar a falar delas. As frontais são as mais simples. Ambos possuem “apenas” um sensor para tirar selfies, de 24 megapixels de resolução e abertura f/2.0.
O que eu pude observar foi que as fotos do A7 ficam mais quentes e até mais vivas e bonitas, mas o A9 trouxe uma definição maior e é capaz de fazer um HDR mais bem feito, até por conta do processador um pouco melhor. Além disso ele avisa possíveis problemas nas fotos, como o fato de alguém estar com os olhos fechados ou algo sair borrado.
O desfoque da selfie é parecido entre os dois. O recorte vai bem no rosto, mas costuma errar alguns detalhes do rosto, como fone de ouvido grande ou um topete mais selvagem.
Fotos noturnas também tem uma pequena diferença mas nenhum dos dois tem bons resultados na câmera frontal com eles. O A7 tenta colocar um flash para ajudar, função que o A9 faz com a própria tela, mas qualquer pessoa que goste de fotografia sabe que isso é furada. Aliás, talvez nem seja tão ruim não, sou só eu que fiquei mal acostumado com night sight do Pixel.
Câmera traseira
Na câmera traseira começa a bagunça de lentes, as especificações são todas as mesmas para as câmeras em comum. 24 megapixels nas principais, ultrawide de 8 megapixels e desfoque de 5. A novidade do A9 é a telephoto de 10 megapixels para zoom óptico.
No geral o padrão da frontal se mantém, o A7 trabalha as fotos num pós processamento maior para deixar a foto pronta pro Instagram, as custas de um chiado no fundo enquanto que o A9 prefere fotos mais realistas e com mais nitidez.
Na ultrawide, o A7 parece perder um pouco de fôlego para fazer o HDR, e as cores acabam ficando menos vivas que nas foto do sensor principal. O A9 consegue manter praticamente a mesma foto que a original, mas num ângulo de visão maior. A função de endireitamento do efeito olho de peixe funciona muito bem nos dois casos.
A câmera de zoom é a grande atração do A9 e aumenta ainda mais a diferença na qualidade da foto. Porém nem sempre o celular utiliza o sensor específico para zoom. Se o A9 achar que as condições não estão boas, ele troca para o sensor principal de maior resolução, até por conta da abertura maior da lente, que melhora os resultados em luzes não ideais.
Basicamente ela só funciona para tirar foto de passarinho na natureza. Pessoalmente eu acho que seria melhor se a escolha ficasse na nossa mão, mas no geral essa função não é muito utilizada dentro de casa mesmo, então dá para entender as escolhas que o software faz.
O desfoque se beneficia da lente com sensor de profundidade e consegue delimitar melhor os dois planos da foto. No geral os resultados nos dois ficaram parecidos, mas o A7 consegue de novo aplicar aquele tratamento nas cores, que eu prefiro.
Claramente o foco dos dois aparelhos é a câmera, e nesse quesito o Galaxy A9 apresenta resultados melhores, que traz também o 4K para vídeos na traseira – função que muita gente vinha pedindo para chegar na linha A e que o Exynos 7885 não faz.
Esse é o upgrade principal entre os dois celulares. Mas, sinceramente, nem sempre a foto do A9 foi a que eu mais gostei, principalmente nas selfies, que ficam com cores bem mais vivas no A7.
Bateria
A última diferença fica na bateria. No Galaxy A9 ela chega a 3800 mAh, e no Galaxy A7 a carga é de 3300 mAh. O A7 não possui fast charge e demora quase duas horas e meia para carregar, uns 40 minutos a mais que o A9, mesmo tendo a carga da bateria menor.
O tempo para 50% também é diferente, apesar do A9 não possuir um dos melhores tempos nesse quesito, quando consideramos outros aparelhos.
De resto não tenho muito mais o que comentar, a interface Samsung Experience está na mesma versão entre os dois modelos e possui as mesmas funções: always on display, pasta segura e tudo mais. A atualização para o Experience 10 e Android Pie deve ser simultânea também, prevista para chegar até a metade do ano, provavelmente entre Abril e Maio.
Conclusão
Os dois aparelhos chegam com estratégias parecidas, um corpo bonito e câmera até dizer chega para compensar e aumentar as funcionalidades dos aparelhos. Ambos são celulares intermediários para quem gosta de foto. E apesar do Galaxy A9 ser um bom aparelho, as melhorias são pontuais quando comparado com o Galaxy A7, o que mostra como o preço de lançamento dele foi um exagero.
Os dois são bons, mas eu acho que não vale pagar 600 a 1000 reais a mais pra ter um pequeno incremento em várias frentes. Melhor seria pegar uma linha S que tem grandes avanços em tela, construção, processador e câmera por quase o mesmo valor. Se o A9 cair para uns 2 mil reais pode valer a pena com um A7 perto dos 1800. Fora isso, dá uma olhada no Galaxy S8 ou Galaxy S9.
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