O Redmi Note 6 Pro da Xiaomi é o típico intermediário da marca, hardware acima da média para seu preço com design de anos anteriores e pouco à acrescentar dentro de uma linha extensa de modelos. Mas ele pode ser uma opção e tanto, e é sobre isso que eu vou falar nesse review dele.
O Redmi Note 6 Pro veio com poucas mudanças quando comparado com seu antecessor, o Note 5 Pro, que inclusive também não foi um smartphone muito inovador. Aliás, a Xiaomi com seus milhares de smartphones com Snapdragon 625 nunca tentou ser inovadora, mas sim custo benefício.
Design
Para isso, veremos que eles mantém muito do que já vem dando certo anteriormente. No design, por exemplo, tivemos uma adaptação das conhecidas costas de alumínio com faixa superior e inferior em plástico, num corpo com poucas bordas, o que ajuda sua tela de 6,26 polegadas a ter uma pegada mais confortável.
Além disso estão presentes o P2 na parte superior, bandeja híbrida para chips e uma defasada entrada micro USB 2.0, que pode ser de agrado daqueles que não querem ter de trocar todos os seus cabos e carregadores. Como era de se esperar de um intermediário, fica de fora o IP68, então pode passar longe de líquidos com ele se não quiser ter problemas.
Outro ponto que me incomoda um pouco nos aparelhos da Xiaomi e que se repete aqui é o alto falante fraco deles, que faz um ótimo par com o também ruim microfone – algo que chega até em modelos mais caros como o Mi 8. Não é um grande problema, mas se você for gravar um vídeo pode se incomodar.
O painel é do tipo LCD IPS com resolução Full HD e proporção 19:9 graças ao notch. Já é 2019 e não era para eu estar dando atenção pra isso, né? As cores da tela são um pouquinho mais neutras e o contraste é bom, você não conseguir sumir com o notch em um IPS mas eu realmente não tenho do que reclamar, principalmente no brilho que permite que você até saia um pouco de casa com ele sem ter problemas.
Aliás, o Note 6 Pro tem uma construção bem consistente, mas bem sem graça também. Falta alguma coisa pra dar um diferencial nele. É só mais um aparelho igual a tantos outros que foram lançados esse ano, um pouco mais de personalidade ia bem.
Temos então as cores: preto, azul, rosa e vermelho. Vermelho é bonito e azul é bastante usado pela Xiaomi, o que pode te fazer confundí-lo com outros equipamentos. Pronto, voltamos a falta de personalidade.
Desempenho
Deixa eu falar de coisa boa então, a configuração. As versões de memória são boas para um intermediário barato. 64 GB de armazenamento com 4 GB ou 6 GB de RAM, ou para aqueles com orçamento mais apertado 32 GB de armazenamento com 3 GB de RAM.
O chipset é o mesmo do Note 5 Pro, o Snapdragon 636 de 8 núcleos e 1,8 Ghz. Esse processador atualizado vem dar uma renovada em toda linha de Snapdragon 625 que a empresa colocou no mercado e não só traz um incremento bom em GPU e vídeo como funções mais atuais de câmera. Basicamente, ele tem um desempenho equivalente ao Mi Max 3 também da Xiaomi ou ao Galaxy A7 da Samsung.
Dá para rodar de tudo no médio e até colocar algumas coisinhas no máximo tendo umas leves engasgadas. Isso ocorreu comigo em PUBG ou Arena of Valor, mas nada que vá incomodar, são só algumas quedinhas. Se preferir, joga pro médio de volta.
Além disso a UI do Note 6 PRO ficou bem fluida e sem muita demora para abrir aplicativos. Ele já está na versão 10 da MIUI, que simula várias utilidades do Android 9, como gestos de navegação e inteligência artificial, mesmo ainda estando no 8.1. Mas algumas coisas, como desbloqueio facial, não funcionam se o aparelho estiver configurado como “Brasil”, dá para mudar para Hong Kong ou para Índia, e nesse caso ele fica cheio de notificação, além de ter que dar jeitinho pra configurar fuso horário certo e tudo mais.
É um problema igual ao Pocophone, que sinceramente, enche o saco para arrumar. Além disso a MIUI não é para todos, eu pessoalmente acho os ícones mais suaves bonitinhos, mas ela fica bem diferente de uma “experiência padrão” de Android. Então, se você conhece alguém que tem Xiaomi, seria uma boa dar uma fuçada lá antes e ver se você gosta da interface ou se pelo menos não estranha tanto assim.
E sem querer ficar repetitivo, outro ponto que ele está igual ao Note 5 Pro é na bateria. Porém agora isso pode ser considerado algo bom, já que a carga é de 4000 mAh e consegue segurar bem até mesmo jogando. No Asphalt 9, por exemplo, eu consegui uma média de 14% por hora. Em outros aplicativos e até mesmo filmando ele conseguiu números bons de duração.
O software também dá a opção de impedir certos aplicativos de gastar bateria em segundo plano, o que ajuda a bateria a realmente durar o dia inteiro e chegar com certa folga em casa.
Infelizmente, ele não tem carregamento rápido, então pode demorar mais de 2 horas pra chegar em 100% com o carregador de 10 Watts da caixa. Temos GPS de boa qualidade, falta o NFC e a banda de 700 Hz aqui para o Brasil na versão da China que temos em mãos. Vale a pena confirmar se a opção que anda vindo do Paraguai já não tem essa banda como foram em modelos anteriores.
Câmera traseira e frontal
Para fechar, a câmera frontal tem 20 megapixels e abertura f/2.0 e a traseira possui um sensor de 12 megapixels e abertura f/1.9, as duas com uma segunda câmera auxiliar utilizada para desfoque. Sim, a frontal também.
No geral as fotos ficam bem limpas e com boa definição, mas você encontra aqueles problemas de sempre de cara branca. As câmeras também parecem ter problemas com ambientes muito iluminados, em parte por conta de um HDR que está bem fraco.
Já o modo retrato tem um bom recorte nas duas câmeras, o que mostra a utilidade de um sensor auxiliar para esses aparelhos intermediários de entrada. Porém, um processador mais potente e um software especializado também teriam bons resultados com essa função.
Em vídeos, o Note 6 Pro consegue gravar em resolução Full HD a 30 fps e tem embutido funções para time-lapse e slow motion. A estabilização é boa mas por algum motivo ela surta de vez em quando e chacoalha tudo. No geral as câmeras são boas para sua faixa de preço, mas não tem nenhum grande diferencial.
Em fotos é preciso tomar cuidado em situações de excesso e falta de iluminação e em vídeos provavelmente é melhor ficar parado pra gravar algo com melhor qualidade. É o típico celular da Xiaomi.
Conclusão
O Redmi Note 6 Pro é basicamente igual ao seu antecessor só que com notch na tela. Ele tem bom desempenho, boa bateria, e não deixa a desejar nas fotos. A interface é ótima para quem gosta da MIUI, e certamente é um dos melhores custo benefício atualmente, mas depois de analisar tantos celulares em 2018 que são basicamente iguais, eu achei ele meio sem graça. Mi Max 3 é grande, Nokia X6 é bonitinho, Mi 8 SE tem outro formato.
Já a interface de aparelhos chineses é aquela coisa: ou você ama, ou você odeia. Outro ponto que deve ser levado em conta é que por ser importado, falta garantia e assistência técnica. Ele é um dos melhores custo benefício dos últimos tempos, mas é pouco empolgante. Um Nokia X6 perde em bateria mas é todo bonito, o Pocophone tem processador e Mi 8 Lite tem uma traseira bonitona e lisa. Enfim, vá nele pelo preço e consistência, senão corre para o Mi 8 Lite.
Rafael Maciel Pintado diz
Respeito seu comentário mas já li e vi analises melhores, menos optativas e mais imparciais. Eu tenho o Redmi Note 6 pro e sim ele cumpre muito bem o que promete levando em conta o quesito custo beneficio. Único ponto que concordo é que sim a qualidade de saída de som deixa um pouco a desejar comparado até mesmo com alguns intermediários da linha Moto g; porém fora isso é um excelente aparelho e coloca muitos smartphones no mercado brazuca no bolso.