Em junho a Xiaomi trouxe um novo membro para a sua família de aparelhos de entrada, o Redmi S2. Ele chegou custando perto dos 150 dólares e com uma proposta diferente de equipamentos dessa faixa de preço. O foco é na qualidade de suas câmeras, principalmente na frontal, e é por isso que ele chama S2, Selfie 2.
Só que nessa faixa de preço, pra você melhorar uma coisa, tem que economizar em outra. Então será que o Redmi S2 fez as escolhas certas? O que que ele teve que abrir mão? É o que vamos explicar hoje.
Design
A Xiaomi costuma mudar pouco no design de seus aparelhos, e nesse modelo não é diferente, a parte frontal do Redmi S2 é bem parecida com o resto de toda a 5ª geração. Mas temos algo raro para 2018 que é o acabamento todo feito em plástico.
Apenas o Redmi 6A, que é o modelo de entrada e mais básico, usa esse material. Fica claro que isso é uma forma de economizar, mas eu sinceramente não achei uma perda expressiva. Ele vem nas cores cinza, dourado e rose, que é meio o padrão da linha Redmi. Só fica faltando o pretinho básico, que na minha opinião faz falta pra quem curte um celular mais discreto.
De resto, o design é igual ao Redmi Note 5. Ele tem a entrada de fone no topo junto do sensor infravermelho, função que a Xiaomi sempre traz em seus aparelhos e que é legal se você quiser substituir o controle da sua TV.
Atrás está posicionado o ótimo sensor de digitais, que hoje é padrão em celulares mais baratos que conseguem entregar um bom resultado.
Por baixo, temos a saída de som, que apesar de alta é fraquinha para sons mais graves. Ela também tem dois espaços de saída, o que pode levar você a crer que é estéreo, mas não, é mono como qualquer outro aparelho de entrada. Eu não esperava muito mais nem menos de um aparelho dessa faixa de preço nesse quesito.
De resto eu nem vou ocupar seu tempo porque é mais do mesmo. Micro USB para carregamento, botões de qualidade ok e uma bandeja única, com espaço para 2 chips e um micro SD simultaneamente.
A pegada até que é boa para o seu tamanho, mas quando colocado lado a lado com o Redmi 5 Plus as bordas da tela do S2 são um pouco maiores. Mas é bem pouco mesmo, só dá pra notar a diferença com os dois juntos.
Tela
A tela é basicamente a mesma, com 6 polegadas e proporção 18:9 que o faz chegar à quase o mesmo tamanho de tela do Samsung S9 Plus – uma das maiores que você encontra hoje no mercado.
Só que nem tudo são flores e apesar de ser bem bonita, onde o S2 fica pra trás de verdade é na qualidade da tela. Embora tenha a mesma tecnologia IPS do Redmi 5 Plus, ela é somente somente HD, contra Full HD do irmão quase gêmeo.
Câmera traseira e frontal
Mas o que o S2 quer de verdade é ter a melhor selfie da linha Redmi, e para isso ele investiu em resolução. A câmera frontal conta com um sensor 16 megapixels e abertura de f/2.2. Com essa combinação, conseguimos uma câmera que até que vai bem em boa luz, e que é ok tem no escuro.
Quando comparado com o Redmi 5 Plus, ele conseguiu melhores cores em média luz e menos granulado. Ficou extremamente parecido com o Redmi Note 5 – que tem uma lente de 12 megapixels e um preço mais alto. Ele basicamente nos deixou um pouco mais branco e um com um pouco mais de contraste que esse modelo.
Aproveitando, deixa até comparar com um modelo nacional que é o J7 Prime 2 ou J5 Pro – e nesse quesito ele também entrega uma selfie bem parecida. Então no geral, realmente o S2 se sai bem em selfies quando pensamos em celulares até 1000 reais, tanto aqui no Brasil quanto importados.
A câmera dupla traseira também está melhor quando comparado com o Redmi 5 Plus. Nesse caso, temos 2 sensores, o principal continua com 12 megapixels mas agora tem uma lente adicional de 5 megapixels que dá aquele efeito de profundidade para as fotos.
O downgrade da resolução de 16 para 12 megapixels acabou ajudando, tanto em baixa e média luz, quanto no fato de dar menos trabalho para seu processador. Ou seja, o HDR não demora tanto assim mas influencia pouco a imagem.
A estabilização pra fotos, aliás, é ruim. A hora que você liga o modo vídeo ele dá uma cropada para fazer uma estabilização eletrônica mas ainda sim sofremos com tremedeiras. Nesse ponto o Redmi S2 é igual ao Redmi 5 Plus, mas fica pra trás do Note 5, que já é um aparelho mais caro.
O resumo da opera é: selfie boa para o preço e traseira que não surpreende. Se você realmente procura câmeras, vai ter de colocar um pouco mais de grana em um Note 5 e com isso já vai ganhar em alguns outros pontos, como no processador.
Desempenho
De qualquer forma, não temos um equipamento lerdo por aqui. Ele conta com o famigerado Snapdragon 625, que mesmo antigo e super utilizado pela Xiaomi, ainda consegue rodar bem os aplicativos mais novos. Infelizmente ou felizmente, mais um ano é o máximo que ele deve ainda estar em mercado.
Para completar, esse modelo conta com opções de 3GB ou 4GB de memória RAM, então dá pra rodar um PUBG numa boa. Apesar de notar uma perda de frames aqui e ali em alguns jogos mais pesados, como o Injustice 2 e no Breakneck , mas nada que vai atrapalhar.
Recomendo ir de 64GB de espaço porque o investimento é pequeno. Todos os componentes tem boa velocidade, e vale lembrar que a maioria das funções que o pessoal gosta já está por aqui e que o modelo já está tanto com o sistema 9.6, como promete ser atualizado para a MIUI 10. Pode demorar, mas o legal da Xiaomi é que sempre chega, mesmo pra esses aparelhos mais baratos.
Pode parecer brincadeira, mas esse daqui está em uma das primeiras levas pra receber atualização. Ele já está até com a beta ativa e dependo da época que você ler essa análise, pode estar com a final e ganhar mais umas funções.
Outro ponto em que o Redmi S2 fica um pouquinho pra trás ou que economizou é a bateria. Já vemos muitos modelos da marca com 4.000mAh, mas esse daqui só tem 3080mAh. Mas temos um ótimo “porém”! Ela tem uma boa otimização, puxada bastante pela tela de menor resolução e o seu processador.
Gastei em torno de 15% ao ficar 1 hora no YouTube e consegui em média 5 horas e 15 minutos de tela ao jogar uma grande parte do tempo. No geral, a capacidade gira ali em torno de 8 a 9 horas para um uso mais moderado. A bateria carrega em pouco menos de duas horas – uma boa marca – e o carregador é de 10W.
Não está presente o NFC nem o WiFi de 5Ghz. A banda de sinal 4G B28 ficou faltando nessa versão global que pegamos da China, então você não vai ter problemas atualmente, mas, não vai conseguir usar o 4.5G que vem sendo anunciado e que é mais rápido.
O GPS com GLONASS e GPS-A funciona melhor do que a maioria, mas ainda tem alguns erros que celulares mais potentes não tem. Imagino que seja justamente questão de processamento e o fato de todos os testes não terem sido realizados em conjunto com o 4G.
Conclusão
Perto dos 150 dólares o Redmi S2 ainda é competitivo, trocando a qualidade da tela, construção e um pouco de bateria para colocar mais qualidade nas câmeras – principalmente na frontal.
Quando comparado com o Redmi 5 Plus dá pra ver que é uma questão de priorização do que você gosta mesmo. Minha recomendação seria ir direto para o Note 5 que entrega o melhor dos dois mundo por uns 50 dólares a mais, já que pelo preço, o Redmi S2 não tem nenhum diferencial. A hora que cair pra uns 120 dólares, aí sim será uma bela de uma pechincha.
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